Covid-19

Guedes sobre segunda onda da pandemia: "Contexto difícil, dramático"

Para o ministro da Economia, é preciso acelerar a vacinação contra a covid-19 para controlar a crise sanitária e permitir a retomada econômica

Marina Barbosa
postado em 19/03/2021 14:39
 (crédito: Marcos Corrêa/PR)
(crédito: Marcos Corrêa/PR)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que a segunda onda da pandemia de covid-19 levou o país a um "contexto difícil e dramático". Por isso, reforçou a necessidade de acelerar a vacinação em massa da população brasileira, de forma a controlar o avanço do novo coronavírus e, assim, permitir a retomada econômica.

"Agora novamente a pandemia chega, com a segunda onda se espalhando com maior velocidade e com novas cepas, aparentemente mais mortíferas. A reação é uma só: vacinação em massa para garantir o retorno seguro ao trabalho", defendeu Guedes, em entrevista aos jornais espanhóis El Mundo e Expansión, que foi gravada na quinta-feira (18/3) e transmitida nesta sexta-feira (19).

O ministro admitiu que a vacinação ainda caminha a passos lentos no Brasil. E ressaltou que, por isso, o governo tem tentado acelerar os contratos de compra de vacinas para imunizar o máximo possível da população brasileira nos próximos seis meses. "Com o retorno da pandemia de forma intensa, agora, estamos vacinando de forma massiva para tentar atenuar esse problema... 5% da população foram vacinados, é muito pouco. Temos que trabalhar e melhorar muito", comentou.

Guedes explicou que a pandemia de covid-19 se assemelha a uma "tragédia de dimensões bíblicas e magnitudes épicas". E disse que, por isso, o governo brasileiro também precisou renovar o auxílio emergencial aos mais vulneráveis que estão sem conseguir trabalhar neste momento de pandemia. "Estamos em um contexto difícil, dramático, mas prosseguimos com as reformas por um lado e reativando os programas de auxilio emergencial", afirmou.

Disposto a atrair novos investidores estrangeiros para o país, o chefe da equipe econômica ressaltou, no entanto, que a retomada do auxílio emergencial ocorre dentro de um novo marco fiscal e também de um novo contexto monetário, já que, nas últimas semanas, o Congresso Nacional aprovou a PEC Emergencial e a autonomia do Banco Central.

Privatizações

Ele também ressaltou que o governo vai continuar tentando avançar na agenda de reformas, nos marcos regulatórios e nas privatizações. Por isso, garantiu que o país continua sendo um destino interessante para os investimentos externos e contou que já até conversou com espanhóis sobre a privatização dos Correios, que foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) nesta semana.

"Estamos abertos, vamos vacinar massivamente, retornar o crescimento sustentável e as reformas", disse Guedes. "O Brasil estava realmente começando a decolar outra vez quando chegou a segunda onda da pandemia", acrescentou o ministro.

Ele destacou que, antes da segunda onda, o Brasil vinha demonstrando uma reação econômica. Tanto que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 4,1% em 2020, um resultado melhor que o de potências como o Reino Unido e o Japão, e que as estimativas do início da pandemia.

Guedes garantiu também que, por conta disso, o governo vai conseguir bons resultados de arrecadação nos dois primeiros meses deste ano, mesmo com o recrudescimento da pandemia, como indicou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do Banco Central (BC), que cresceu 1,04% em janeiro.

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