O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, na quarta-feira (10/3), dados referentes ao ano passado, sobre o desemprego no Brasil. A da taxa média de desocupação atingiu 13,5%. Um recorde. É a maior da série da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), superando os 11, 9% de 2019.
Segundo o levantamento do IBGE, 19 estados e o DF bateram recorde. As maiores médias anuais foram registradas em Alagoas (18,6%), Sergipe (18,4%) e Bahia (19,8%). As menores foram em Santa Catarina (6,1%), Rio Grande do Sul (9,1%), Mato Grosso (9,7%) e Paraná (9,4%).
A pandemia foi apontada como principal fator para o aumento do desemprego e, segundo os dados do IBGE, quinze estados estavam com menos da metade da população trabalhando. “Atuo no segmento cultural e fui demitido em meio ao avanço da doença. Essa não é uma área considerada essencial, então dificultou ainda mais o processo de busca por novas oportunidades. Sem falar que é um setor altamente desvalorizado”, relatou Arthur Barbosa, 26 anos, sem emprego desde abril do ano passado, após ser dispensado de um coletivo artístico privado no Distrito Federal.
Outro dado importante divulgado pelo IBGE foi a queda de 41,1% em 2019 para 38,7% na taxa de empregos informais. Segundo José Luís Oureiro, professor doutor do departamento de economia da Universidade de Brasília (UnB), muitos desses trabalhadores pararam de atuar na informalidade devido à obrigatoriedade no distanciamento social e à queda da demanda. “O governo brasileiro deve estudar medidas urgentes que auxiliem efetivamente esses trabalhadores, assim como é feito em outros países, como nos Estados Unidos”, analisou. E criticou: "Somente em nosso país discute-se um amparo voltado apenas ao interesse do sistema financeiro", completou.
Maior dificuldade
Com o avanço da pandemia, a dificuldade é ainda maior para quem busca emprego. Muitos lugares deixaram de contratar novos funcionários. “Trabalhava na rede hoteleira e fui demitida em março do ano passado. Desde então, não consegui outra colocação. Antes já estava difícil, agora, com esse vírus, ficou ainda mais”, contou Lucimar de Souza, de Valparaíso de Goiás (GO).
De acordo com a pesquisa, todos esses aspectos decorrem do avanço da doença. Para que a taxa de desemprego diminua, a única solução é conter a propagação do vírus. "O governo deve investir em acordos para mais vacinas serem adquiridas e, a longo prazo, acordos para a melhoria da economia", disse Patrícia Krause, economista em empresa de seguro de crédito doméstico.
*Estagiário sob a supervisão de Ádamo Araujo
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