Além de manter o plano de reestruturação que prevê o fechamento de 361 unidades de atendimento no país, o Banco do Brasil (BB) vai rever a rede de agências mantida no exterior. A ideia é otimizar a atuação internacional do banco, concentrando o atendimento nos locais que trazem mais retorno.
O processo de fechamento de agências no exterior começou a engatinhar no fim do ano passado, como mostrou o Correio. E deve acelerar nos próximos meses, segundo indicou nesta sexta-feira (12/2) o presidente do BB, André Brandão. Ao apresentar os resultados do banco em 2020, Brandão argumentou que as agências internacionais custam muito para o BB e, por isso, estão na mira do plano de eficiência que quer reduzir 10% das despesas administrativas da instituição.
"Nós temos uma atuação tradicional no exterior, mas discutimos internamente que está na hora de rever", disse Brandão. Ele argumentou que a ideia é focar esse atendimento externo nas empresas brasileiras que atuam no comércio exterior e nos brasileiros, pessoas físicas, que moram em outros países. Por isso, disse que é possível fazer isso de forma mais centralizada, isto é, com uma rede de atendimento mais enxuta.
Brandão argumentou que as agências mantidas no exterior custam muito para o BB, podendo chegar a R$ 780 milhões por ano — a mesma economia que o banco pretende obter com o plano de desligamento voluntário que teve a adesão de 5,5 mil funcionários neste ano. E disse que essas agências ainda têm um risco regulatório e operacional muito alto, que demanda esforços de regulação que poderiam ser melhor empregados na atuação doméstica.
Por isso, o executivo informou que o BB está buscando uma forma de manter a atuação no exterior, mas "de forma mais centralizada e com uma estrutura mais enxuta". "Vai passar por otimizar e centralizar em alguns blocos", afirmou. "Estamos estudando como fazer, mas, provavelmente, vai centralizar um pouco mais e modernizar e usar a centralização para o ganho de investimento e melhoria da experiência do cliente", comentou o executivo.
Segundo Brandão, o foco desse enxugamento externo ainda está sendo estudado. Ele garantiu, no entanto, que o BB vai manter a atuação em locais relevantes para o comércio exterior e em países com grande concentração de brasileiros. O banco também pretende manter um centro de liquidez e pontos importantes na captação de recursos em moedas estrangeiras. No alvo desse programa, portanto, não devem estar as agências mantidas pelo BB nos Estados Unidos e no Japão. O executivo disse que pretende trazer mais informações sobre o assunto nas próxima divulgação de resultados do banco.