O ministro da Economia, Paulo Guedes, reforçou a defesa da responsabilidade fiscal nas discussões dos parlamentares na missão de buscar, no Orçamento de 2021, espaço para um auxílio emergencial para os mais vulneráveis aos impactos econômicos da pandemia provocada pela covid-19 e que não cederam com a virada do ano.
"Temos o compromisso com as futuras gerações do Brasil. Temos que pagar pelas nossas guerras. Se estamos em guerra com o vírus, temos que arcar e não simplesmente empurrar esse custo para as gerações futuras", afirmou Guedes, nesta quarta-feira (10/2), ao lado da nova presidente da Comissão Mista do Orçamento (CMO), Flávia Arruda, e do relator do Orçamento de 2021, o senador Marcio Bittar (MDB-AC).
Os parlamentares fizeram uma visita ao gabinete do ministro após a instalação da CMO e a confirmação de ambos nos cargos, cortesia que foi elogiada por Paulo Guedes. Ele ainda contou que as equipes "já estavam trabalhando juntas", mas não deu detalhes de uma proposta para o novo benefício, que tem como uma das possibilidades de financiamento cogitadas pela pasta a criação de um imposto.
Ao ser questionado sobre o assunto por jornalistas, Guedes negou a possibilidade de criação de tributo para custear o auxílio emergencial. “Ninguém está falando de aumento de impostos. Estamos falando em responsabilidade fiscal. Nosso programa visa atender a área social e combater o vírus sem aumento de imposto”, disse.
O ministro reforçou o discurso dele e do presidente Jair Bolsonaro de que "economia e saúde andam juntas" e, segundo Guedes, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), estão comprometidos com a sensibilidade social com responsabilidade fiscal.
"Esse compromisso de sensibilidade social e de responsabilidade fiscal é justamente a marca de um Congresso reformista, de um governo determinado e lideranças políticas construtivas que temos hoje no Brasil", disse Guedes.
Marcio Bittar afirmou que não pretende fazer especulações em torno das propostas do auxílio e do relatório do Orçamento e reforçou o compromisso com a responsabilidade fiscal defendida pelo ministro. "O que podemos afirmar é temos que aprovar um Orçamento nesse momento de crise, que, ao mesmo tempo, continue olhando para os brasileiros que permanecem precisando do Estado e também acene com a retomada da austeridade fiscal. Esse é o princípio", afirmou. "Daqui para frente, vamos trabalhar e quando tivermos a peça pronta vamos apresentar ao debate", acrescentou.
Diálogo
Flávia Arruda, por sua vez, afirmou que as conversas com a equipe econômica serão diárias para a construção do Orçamento de 2021 durante o período em que ela presidir a CMO.
"Teremos um diálogo diariamente, porque é o Orçamento é fundamental ", disse ela, que, mais cedo, foi eleita por aclamação para a presidência da CMO e garantiu que a votação da matéria deverá ocorrer até 20 de março. A CMO com a presidência da Câmara, que deveria ter sido instalada em março de 2020, tem prazo de validade e ele expira no fim de março, quando o colegiado precisará dar espaço para uma nova Comissão que será presidida pelo Senado, e será responsável por analisar as leis orçamentárias de 2022.
A deputada reforçou a importância da vacinação em massa e a recuperação da economia, defendida em seu discurso de posse. "O fundamental neste momento do país é priorizarmos a vacina, a distribuição de renda e a retomada dos empregos e da economia", afirmou.