O Banco Nacional de Desenvolvimento econômico e Social (BNDES) vai disponibilizar linhas de crédito de R$ 406 milhões ao setor de eventos, que enfrenta a pior crise dos últimos anos em consequência da epidemia do novo coronavírus. A medida foi anunciada, ontem, pelo secretário Especial de Cultura, Mário Frias, e o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, André Porciúncula.
A intenção é facilitar, por meio de fundos garantidores, a contratação de crédito para trabalhadores do setor de cultura, entretenimento e eventos, com carência de dois anos e juros de 0,8%. “É uma solução emergencial para que estas famílias que dependem do setor não fiquem sem sustento”, disse Porciúncula durante Assembleia Geral da Associação Brasileira de Produtores de Eventos (Abrape).
De acordo com estimativas da Abrappe, o setor extinguiu 450 mil empregos nos últimos meses. O cantor brasiliense Caio Viegas, de 23 anos, conta que teve uma redução de 50% na receita depois que a quantidade de shows que fazia caiu a zero. “Esse investimento pode ser um alívio, pois não são só músicos impactados pelo fim de apresentações. Uma casa de show, por exemplo, tem segurança, barman, roadie (profissional que dá apoio a bandas com auxílio técnico) são muito afetados”, explicou Viegas.
O intuito dos encontros com a Abrape, que prosseguem até o dia de hoje, é agilizar a aprovação do Projeto de Lei que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos — Perse, de autoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB/PE), que prevê uma série de medidas para apoiar e incentivar o setor.
No ano passado, o Ministério da Economia deixou de fora o setor de eventos como um dos grupos mais afetados pela pandemia da covid-19, em uma lista publicada no dia 15 de setembro de 2020, no Diário Oficial da União. A decisão deixou desamparados artistas e trabalhadores do setor.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro