O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo ainda está discutindo as condições de renovação do auxílio emergencial, como o valor do benefício. Ele explicou que a questão será decidida "por todo mundo junto", mas tem que "ter compromisso com a responsabilidade fiscal".
"Estamos conversando, tem que ter o compromisso com a responsabilidade fiscal", disse Guedes, nesta segunda-feira (8/2), ao ser questionado sobre o assunto por jornalistas durante visita à Câmara dos Deputados. Ele acrescentou que não decide sobre isso sozinho, pois esta é uma questão que vem sendo avaliada por "todo mundo junto" no governo.
Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que o auxílio emergencial deve ser renovado neste início de ano. Porém, também destacou o impacto fiscal do programa, que custou cerca de R$ 300 bilhões em 2020.
Presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disse que também discutiria esse assunto com Guedes nesta segunda-feira, já que o ministro foi à Câmara para tratar do projeto de autonomia do Banco Central. Na saída da reunião, no entanto, eles focaram os discursos na autonomia do BC e evitaram dar detalhes sobre as negociações em torno do auxílio emergencial.
Para amenizar o impacto fiscal da medida, o governo estuda reduzir novamente o auxílio emergencial. Guedes já disse que o benefício poderia ser pago a metade dos 64 milhões de brasileiros que receberam o auxílio no fim do ano passado, já que parte dessas pessoas voltou ao Bolsa Família ou ao mercado de trabalho. E, agora, o governo avalia reduzir o valor do auxílio, de R$ 300 para R$ 200.
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) já admitiu discussões sobre o valor e o alcance do novo auxílio emergencial. Porém, disse que vai lutar por um valor digno. Por isso, prometeu avançar com as medidas de responsabilidade fiscal que foram pedidas por Guedes como uma contrapartida à volta do benefício.
Lira também tem demonstrado apoio à pauta econômica, tanto que vai pautar a autonomia do BC e prometeu enviar a reforma administrativa à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara nesta terça-feira (9/2).