TRABALHO NA PANDEMIA

Home office concentra R$ 32 bilhões dos rendimentos do trabalho em novembro

Mais de 7 milhões de pessoas estão em trabalho remoto. A maior parte (57,8%) é formada por mulheres, e 76% têm curso superior completo

O home office concentrou R$ 32 bilhões do total de rendimentos do trabalho em novembro, o correspondente a 17,4% dos R$ 183,5 bilhões da massa de rendimentos efetivamente recebida por todos os ocupados no país. O estudo, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), foi divulgado nesta terça-feira (2/1). Segundo a pesquisa, em novembro de 2020, o percentual de pessoas em trabalho remoto seguiu em redução, com 7,3 milhões de pessoas, 9,1% dos 80,2 milhões de ocupados e não afastados no país.

O estudo utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Contudo, esta é a última análise desse tipo feita pelo IBGE. Segundo Geraldo Góes, um dos autores da pesquisa, “a nota encerra um ciclo que permitiu fazer um retrato do trabalho remoto no país”.

A pesquisa revela que o perfil dos trabalhadores em home office segue estável desde a realização da primeira análise, em maio de 2020. Em novembro, 57,8% das pessoas em trabalho remoto eram mulheres, a maior parte de cor branca (65,3%), e 76% com nível superior completo. A idade de 31,8% dos trabalhadores era entre 30 e 39 anos. A maior parte dos funcionários em atividade remota é do setor formal, o equivalente a 6,2 milhões (84,8% do total). Os outros 15,2% são pessoas na informalidade (1,1 milhão).

Já no setor público, o Brasil tinha 2,85 milhões de servidores em home office em novembro, ante 4,48 milhões no setor privado. Em relação à distribuição da massa de rendimentos por atividade, 30% foram gerados por pessoas no setor de serviços que não estavam em home office, 16,4% no setor público, 14,7% na indústria e 10,7% no comércio.

Home office e desigualdade de renda

Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo são as unidades da Federação que concentram os maiores percentuais de pessoas em home office: 20%, no DF; 15,6% no RJ; e 13,1% em SP. Os menores percentuais se referem a Pará (3,1%), Amazonas (3,5%) e Mato Grosso (3,8%).

A pesquisa do Ipea também apontou o índice de Gini, medida de desigualdade do rendimento de todos os trabalhos domiciliares per capita em relação às pessoas em trabalho remoto por unidade federativa. Os dados apontam que a desigualdade de rendimentos no Rio Grande do Norte apresentou o maior percentual (0,592%), enquanto Mato Grosso exibiu a menor porcentagem (0,457%). Segundo o índice, quanto mais perto de 1, maior a desigualdade.

O estudo também revela que os estados do Centro-Oeste apresentam os menores níveis de desigualdade

*Estagiário sob a supervisão de Odail Figueiredo

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