O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador mensal conhecido como prévia do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou crescimento de 0,64%, em dezembro de 2020, na comparação com o mês anterior. O dado surpreendeu o mercado, porque mostrou aceleração em relação à alta de 0,59% registrada em novembro, e ainda ficou acima da mediana das estimativas, em torno de 0,30%.
No acumulado em 12 meses de 2020, o IBC-Br apresentou queda de 4,05%. No último trimestre, o índice recuou 0,69%, na comparação com o mesmo intervalo de 2019. Em relação ao terceiro trimestre, o BC registrou alta no indicador de 3,14%. Esse dado mostra uma desaceleração, se comparado com o do PIB brasileiro de julho a setembro de 2020, que apresentou alta de 7,7%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os últimos dados do IBGE de dezembro não são muito animadores, como o tombo de 7,8% no setor de serviços no acumulado de 2020 e a queda de 6,1% nas vendas do varejo, mostrando que a recuperação em V que o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma preconizar não é tão evidente assim e, muito menos, sustentável.
Além disso, o recrudescimento da pandemia e os atrasos nos processos de vacinação do país sinalizam desaceleração da economia no primeiro trimestre de 2021, com vários bancos e consultorias apostando em queda do PIB. Um sinal desse recuo na atividade pode ser visto na inflação mais fraca em janeiro, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou alta de 0,25%, marcando desaceleração em relação ao avanço de 1,35% do mês anterior.
O economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, que projetava queda de 1,25% no IBC-Br, demonstrou surpresa com a alta de 0,64% do IBC-Br em dezembro, diante da forte queda no varejo. "Aparentemente a queda de 6% no varejo em dezembro não fez efeito praticamente nenhum no índice. A indústria havia subido 0,88% em dezembro e os serviços, caído 0,2% no mesmo período de comparação. Isso fez com que a variação trimestral ficasse, no último trimestre de 2020, em alta de 3,14%, após avanço de 8,19%. Logo, se confirma a desaceleração, mas em ritmo menor. Foi uma surpresa boa", afirmou.
Após o dado do BC, Perfeito manteve as projeções de alta de 3% no PIB no quarto trimestre e de queda de 4,35% no acumulado de 2020.
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