Após assustar os brasileiros em 2020, a inflação desacelerou neste início deste ano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) explica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu apenas 0,25% em janeiro.
O resultado da inflação em janeiro é menor desde agosto de 2020, já que o IPCA deu um repique nos últimos meses do ano passado por conta da alta dos alimentos, dos combustíveis e da energia elétrica. Em dezembro, por exemplo, o indicador disparou 1,35%.
Segundo o IBGE, a inflação desacelerou no início do ano por conta da redução dos preços da energia elétrica e das passagens aéreas. Afinal, a conta de luz foi pressionada pela bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, mas passou para a bandeira amarela em janeiro, o que levou o grupo de habitação a uma deflação de 1,07% no mês.
O preço das passagens aéreas havia subido 28,05% em dezembro e caiu 19,93% em janeiro. O grupo de transportes, no entanto, continua pressionado, pois os combustíveis foram na contramão da inflação e continuaram acelerando em janeiro. Segundo o IBGE, o item passou de 1,56% em dezembro para 2,13%, por conta da alta da gasolina (2,17%) e do óleo diesel (2,60%).
Alimentos
Parte importante da cesta de consumo dos brasileiros, os alimentos também continuam com os preços pressionados, só que em menor intensidade. O IBGE explicou que a inflação da alimentação desacelerou de 1,74% em dezembro para 1,02% em janeiro. A queda foi ainda mais intensa nos alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% em dezembro e variaram 1,06% em janeiro.
De acordo com o IBGE, a alimentação pesou menos no bolso do brasileiro em janeiro porque as frutas desaceleraram de 6,73% em dezembro para 2,67%; e porque itens como as carnes (-0,08%), o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%) ficaram mais baratos no mês. Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%) subiram em janeiro.
Acima da meta
Apesar de ter desacelerado em janeiro, a inflação subiu no acumulado em 12 meses, de 4,52% em dezembro para 4,56% em janeiro. É que, em janeiro de 2020, o resultado da inflação foi menor que o observado no mesmo mês deste ano: 0,21%.
Com isso, a inflação acumulada em 12 meses continua acima da meta que deve ser perseguida pelo Banco Central (BC), que foi de 4% em 2020 e caiu para 3,75% em 2021. E analistas acreditam que esse cenário vai continuar nos próximos meses.
Nesta semana, o mercado elevou de 3,53% para 3,60% a projeção para a inflação de 2021, segundo o Boletim Focus. Foi a quinta semana consecutiva em que a expectativa foi elevada, o que, segundo o mercado, pode levar o BC a subir a taxa básica de juros (Selic) nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).
Saiba Mais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.