Pandemia

Novas variantes do coronavírus criam incertezas para o BC, diz Campos Neto

Segundo o presidente do Banco Central, é preciso olhar a evolução da pandemia e da vacinação para saber "para onde vamos"

Marina Barbosa
postado em 02/02/2021 13:25 / atualizado em 02/02/2021 13:41
 (crédito: Raphael Ribeiro/BCB)
(crédito: Raphael Ribeiro/BCB)

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, admitiu que a autoridade monetária continua atenta à evolução da pandemia de covid-19 para saber "para onde vamos". Ele explicou que as novas variantes da covid-19, encontradas em Manaus, trazem incertezas que ainda precisam ser entendidas.

"Achamos que a vacinação é a luz no fim do túnel, mas temos as novas variantes. Mesmo com a vacinação, temos esse elemento de incerteza, que, para o Banco Central, é muito importante entender para onde vão", afirmou Campos Neto, em evento promovido nesta terça-feira (02/02) pela revista inglesa The Economist.

Ele admitiu que o BC está de olho no andamento da pandemia e da vacinação para ter clareza dos próximos passos do país. "Nós precisamos entender melhor para onde vamos, ter um cenário mais sólido, para saber para onde vamos", comentou.

Campos Neto explicou que essa incerteza existe, mesmo depois do início da vacinação, porque os estudos sobre a eficácia da vacina contra as novas variantes do novo coronavírus ainda não são muito sólidos. Ainda assim, voltou a defender agilidade na campanha de imunização contra a covid-19.

Ele explicou que a vacinação vai reduzir o número de infecções e internações decorrentes do novo coronavírus, o que, segundo especialistas, vai permitir a retomada da economia e reduzir a necessidade de auxílios sociais. O presidente do BC chegou a dizer, inclusive, que, hoje, o mercado está mais atento ao andamento da vacinação do que na discussão sobre novos auxílios emergenciais. "Olhando para os mercados, as pessoas querem saber o que vai acontecer com o processo de vacinação", afirmou.

Ainda assim, Campos Neto foi questionado sobre a possibilidade de o recrudescimento da pandemia exigir novos auxílios à população. Ele disse, então, que qualquer novo esforço deve vir acompanhado de contrapartidas, já que a pandemia de covid-19 agravou a situação fiscal do país. E mostrou-se confiante no andamento das reformas que podem tratar dessa questão agora que foram definidos os novos presidentes da Câmara e do Senado.

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