Trabalho

Brasil cria 142,6 mil vagas de carteira assinada em 2020

Segundo o Caged, resultado positivo foi possível porque, embora tenha fechado 15,023 milhões de vagas na pandemia, o país criou outras 15,166 milhões de vagas ao longo de 2020

Apesar da alta do desemprego, o país fechou o ano de 2020 com um saldo positivo no mercado de trabalho formal. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) explica que o país gerou 142.690 vagas de carteira assinada no ano passado.

O resultado positivo do Caged foi possível porque, embora tenha fechado 15,023 milhões de vagas de carteira assinada na pandemia de covid-19, o Brasil criou outras 15,166 milhões de vagas ao longo de 2020. A recuperação foi observada, sobretudo, entre os meses de julho e novembro, e levou o estoque de empregos formais do país a 38,952 milhões de vínculos no fim do ano.

A possibilidade de o mercado de trabalho formal ter um ano positivo, apesar da crise da covid-19, já vinha sendo cogitada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e foi confirmada nesta quinta-feira (28/1), com a publicação dos dados anuais do Caged.

"O resultado positivo se deu apesar do lockdown de estados e municípios. A partir de julho, ocorreu retomada acentuada e recordes seguidos de geração de emprego formal, sendo o mês de novembro o melhor saldo informado pelas empresas para um único mês", afirmou o Ministério da Economia.

Uma parcela importante dessas vagas, no entanto, não foi criada por meio do contrato de trabalho tradicional. É que o contrato de trabalho intermitente, criado pela reforma trabalhista, teve saldo positivo de 73.164 empregos em 2020. Da mesma forma, a jornada em regime de tempo parcial registrou 13.143 postos de trabalho no ano.

Dezembro negativo

Além disso, o resultado do Caged mostra que a recuperação do mercado de trabalho formal perdeu força no fim do ano. É que, depois de cinco meses de geração líquida de vagas, o país voltou a fechar postos de trabalho formais em dezembro. No mês, o saldo foi negativo em 67.906 vagas.

O Ministério da Economia afirmou, por sua vez, que esse resultado negativo também sugere uma recuperação econômica, pois representa o melhor saldo para o mês de dezembro desde 1995. "O saldo do mês, devido à sazonalidade, é tradicionalmente negativo, muito superior, por exemplo, ao encontrado no mês de dezembro em outros anos. Em dezembro de 2019, por exemplo, foram fechadas 307.311 vagas", argumentou.

Setores

O resultado positivo do Caged não chegou a todos os setores da economia brasileira. Segundo o Ministério da Economia, a geração de empregos formais foi puxada pela construção e pela indústria, que geraram 112.174 e 95.588 vagas em 2020, respectivamente. Já a agropecuária criou 61.637 vagas e o comércio, 8.130.

O setor de serviços, que representa cerca de 2/3 da economia e dos empregos no país, contudo, fechou o ano no negativo, com 132.584 vagas de trabalho perdidas. Afinal, o setor vem tendo mais dificuldades para se recuperar do baque sofrido na pandemia de covid-19, já que muitas das suas atividades dependem do contato social. O setor de bares e restaurantes, por exemplo, tem cobrado a volta dos acordos de redução salarial para o governo por conta disso.

Regiões

O saldo positivo também não foi disseminado em todas as regiões do país, pois o Sudeste fechou o ano com uma redução de 88.785 vagas de carteira assinada. Todas as outras regiões, contudo, tiveram resultado positivo no Caged. O destaque positivo foi do Sul, com 85.500 novas vagas.

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