Indústria

FGV: Confiança da Indústria cai em janeiro, após oito meses de alta

Índice de Confiança da Indústria (ICI) recuou 3,6 pontos no mês e caiu para 111,3 pontos

A Fundação Getulio Vargas (FGV) apresentou nesta quinta-feira (28/1) o Índice de Confiança da Indústria (ICI), que indicou recuo de 3,6 pontos, fixando-se com 111,3 pontos em janeiro. Em médias móveis trimestrais, o ICI, manteve- se estável. Esta foi a primeira queda após oito meses de altas consecutivas.
Segundo a FGV, o resultado negativo do mês ocorre influenciado por uma piora da satisfação dos empresários em relação à situação atual e de uma diminuição do otimismo em relação às perspectivas para os próximos três e seis meses. Isso fez com que 14 dos 19 setores industriais pesquisados registrassem queda no índice em janeiro.

A pesquisa mostra ainda que o Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE) também caíram. O ISA apresentou decréscimo de 3,6 pontos, totalizando 116,3 pontos; e o IE diminuiu 3,3 pontos, fechando o mês com 106,3 pontos, menor nível desde setembro de 2020.

Segundo a coordenadora das Sondagens da FGV IBRE, Viviane Seda Bittencourt, “após oito meses de altas consecutivas, a Confiança da Indústria de Transformação inicia o ano em queda, confirmando a tendência de desaceleração das taxas de crescimento observada nos últimos meses”. O resultado, destaca, é reflexo de uma percepção menos favorável dos empresários sobre a situação atual dos negócios e perspectivas menos otimistas para a produção prevista para os próximos três meses que parece estar relacionada com o fim dos benefícios emergenciais e avanço da pandemia no país.

“Apesar disso, a indústria segue ainda em patamar alto em termos históricos, se destacando entre os demais setores econômicos com NUCI em 79,9%, maior patamar desde 2014. O indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses ainda positivo sinaliza que os empresários confiam mais num retorno da recuperação para o segundo semestre do ano”, comenta Bittencourt.

Os indicadores que medem o nível dos estoques e a situação atual dos negócios recuaram 4,0 pontos e se fixaram na marca de 125,3 pontos e 108,6 pontos, respectivamente. Tanto a parcela de empresas que avaliam os estoques como insuficientes quanto àquela que avalia os estoques como excessivos também caíram. O indicador da situação atual dos negócios mostrou redução da parcela de empresas que julgam a situação como boa e aumento da parcela que julga como fraca.

A produção prevista para os próximos três meses foi o que mais contribuiu para a queda da confiança em janeiro, ao cair 8,6 pontos e ter o menor nível desde julho de 2020. Houve redução da parcela de empresas que preveem uma produção maior e aumento das que projetam menor produção.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada avançou 0,6 ponto percentual, para 79,9%. Esse é o maior valor observado desde novembro de 2014 (80,3%).

Nessa quarta-feira (2), a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) divulgou o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de janeiro de 2021, que também mostrou queda.

*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro

Saiba Mais