O constante aumento na gasolina vem assustando consumidores brasileiros. Na última segunda-feira (18/1), a Petrobras anunciou um aumento de aproximadamente 8,2% no valor do combustível. De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, esse é o quinto aumento consecutivo apresentado pela Petrobras desde 1° de novembro do ano passado.
Paulo explica que o preço na refinaria subiu, assim como o valor do etanol, biocombustível que compõe a gasolina. “Você tem dois elementos que compõem a proporção do combustível na bomba subindo, o que deu aproximadamente 45 centavos de reajuste na gasolina. Isso na refinaria, que é repassado para a distribuidora e a distribuidora acrescenta os aditivos”, pontua.
O presidente do Sindicombustíveis-DF também esclarece que, desde 1° de novembro, o preço médio não variou muito, o que fez com que a revenda da gasolina absorvesse aos poucos os aumentos da refinaria. “Só que, agora, ficou um pouco insustentável, porque o preço de compra está praticamente o preço que estão praticando aí em promoções. O quadro se deve a essa defasagem de quase R$ 0,50, e os postos estavam praticando o preço médio muito parecido, de R$ 4,63. Além disso, houve o aumento da Petrobras que gerou o aumento de 14 centavos no litro da gasolina”.
Paulo afirma que o novo aumento afeta fortemente a taxa de lucro das distribuidoras e pontua que a Petrobras repassa exatamente o custo do aumento do barril do petróleo e do dólar. “O Brasil adotou essa prática: aumenta lá fora, aumenta aqui”. E diz que o brasileiro deve estar preparado para possíveis novos aumentos no valor do combustível.
Peso no bolso
O médico Joel Assad, 61 anos, relata que está sentindo o aumento do preço do combustível pesar no bolso. Ele conta que usa o carro todos os dias para ir ao trabalho e roda cerca de 80 km por dia. “No meu caso, é muito difícil (deixar o carro em casa). Ou uso o carro para trabalhar e chegar na hora certa ao trabalho, ou me sujeito ao transporte público, o que me impossibilitaria de estar nos lugares onde tenho que estar”. O médico afirma que o jeito é buscar outras maneiras de economizar com a gasolina, como usar aplicativos que geram descontos na compra do combustível.
A estudante Isadora Gomes, 20 anos, conta que o aumento da gasolina a fez cortar gastos em outros setores. “Eu conseguia encher o tanque por menos de R$ 200. Agora, preciso colocar mais do que isso para meu carro conseguir fazer o mês inteiro. Querendo ou não, afetou o meu orçamento. Eu deixava um dinheiro reservado para a gasolina, e tive que aumentar esse valor e economizar com outras coisas, como meu lazer e para comprar as coisas dentro de casa.”
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro