O maior aumento recente promovido pela Petrobras no valor da gasolina coincide com a nova estratégia da companhia, de não divulgar o índice de reajuste dos combustíveis, mas apenas o preço praticado nas refinarias, distante da realidade das bombas. Segundo a estatal anunciou ontem, a partir de hoje, “o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará a ser de R$1,98 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,15 por litro no preço de venda”. Com isso, a gasolina pode passar dos R$ 5 nas bombas.
O cálculo sobre a alta de R$ 1,83 por litro para R$ 1,98, com os R$ 0,15 médios de aumento médio informados pela petroleira, é de um salto de 8,2% no preço do combustível.
Em nota enviada ao Correio, a estatal destacou que o preço da gasolina vendida na bomba do posto revendedor é diferente do valor cobrado nas refinarias. “Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de biocombustíveis pelas distribuidoras, além das margens brutas das companhias distribuidoras e dos próprios postos revendedores de combustíveis”.
Para justificar a afirmação, a companhia apresentou um gráfico com a composição dos preços médios ao consumidor nas 13 principais capitais do país para as semanas de 29 de dezembro de 2019 a 4 de janeiro de 2020 comparando com a semana de 3 de janeiro de 2021 a 0 de janeiro de 2021. “Pode-se observar que a participação dos preços de realização da Petrobras na composição de preços ao consumidor de gasolina caiu de 31% para 29%”, alegou. O valor da gasolina era de R$ 4,58 na primeira semana de 2020 e passou a R$ 4,62 na semana terminada em 9 de janeiro de 2021.
Com o anúncio do reajuste de 8,2% da gasolina nas refinarias, os brasilienses devem preparar o bolso. A partir de hoje, quem for abastecer o carro poderá pagar R$ 5 ou mais pelo litro do combustível.
No Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA), antes mesmo do aumento anunciado pela Petrobras, o litro da gasolina já está sendo vendido por R$ 4,959. No Setor de Indústria Gráficas (SIG), o menor valor para encher o tanque é de R$ 4,899.
Como os 8,2% de reajuste nas refinarias significam mais R$ 0,15 nas bombas, o litro da gasolina acima de R$ 5 será uma realidade, reconhece Paulo Tavares, presidente do Sindicombustível-DF.
“O preço médio (da gasolina) em Brasília, segundo a Secretaria de Fazenda do DF, é de R$ 4,86. Desde o dia 16 de janeiro, já tivemos um aumento de R$ 0,20 no ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e, amanhã (19/10), mais R$ 0,15 na refinaria. Acho que qualquer um pode fazer essa conta. Tudo é possível”, afirma Tavares.