Atividade

Setor de serviços cresce 2,6% em novembro, acima das expectativas

Resultado representa o sexto mês consecutivo de recuperação do setor, mas ainda não anula as perdas sofridas na pandemia

O setor de serviços cresceu 2,6% em novembro, na comparação com outubro. A alta representa o sexto mês consecutivo de recuperação do setor e superou as expectativas do mercado. Porém, ainda não foi suficiente para reverter todas as perdas acumuladas pelos serviços no auge da crise da covid-19.

Dados divulgados nesta quarta-feira (13/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o crescimento de 2,6% é mais forte que o observado nos meses de setembro (2,1%) e outubro (1,7%) no setor de serviços. E foi disseminado por todas as cinco atividades pesquisadas, com destaque para os serviços prestados às famílias, que foram os mais afetados pela pandemia, mas subiram 8,2% em novembro.

O crescimento foi registrado em um momento de flexibilização do isolamento social, que vem recuando em algumas cidades do país neste início de ano por conta do recrudescimento da pandemia. E surpreendeu as expectativas do mercado. Para o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, o dado sugere, inclusive, um Produto Interno Bruto (PIB) melhor que o esperado em 2020. Hoje, o mercado projeta uma retração de 4,37% do PIB do Brasil no ano passado.

"De maneira geral, foi um ótimo número e mais um dado importante na véspera da decisão do Copom [Comitê de Política Monetária] que mostra atividade um pouco mais forte e assim pode mudar em parte o balanço de riscos da autoridade monetária", comentou Perfeito, lembrando que o Copom se reúne na próxima semana para avaliar a taxa básica de juros (Selic).

Ano negativo

O resultado positivo de novembro, contudo, ainda não foi suficiente para anular as perdas sofridas pelo setor de serviços no início da pandemia de covid-19. De acordo com o IBGE, o setor caiu 19,6% entre fevereiro e maio. Depois disso, cresceu 19,2% de junho a novembro. Por isso, ainda está 3,2% abaixo do patamar de fevereiro de 2020.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, o resultado também é negativo. Segundo o IBGE, o volume do setor de serviços caiu 4,8% entre novembro de 2020 e novembro de 2019, com recuos expressivos dos serviços prestados às famílias (-26,2%), dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-10,7%) e dos serviços de transportes (-3,7%).

"Quando mudamos a base de comparação, a leitura é diferente, já que em 2019 não havia contexto de pandemia e recomendações como o isolamento social e o teletrabalho. Por isso, parte de uma base de comparação mais elevada”, explicou o gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, Rodrigo Lobo.

Ele lembrou que o setor de serviços é o que mais tem demorado a se recuperar do baque sofrido no início da pandemia de covid-19, já que depende do contato social, sobretudo no caso dos serviços prestados à família. “Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros — seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário — até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia”, pontuou.

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