O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 0,76% em dezembro, percentual inferior ao apurado no mês anterior, de 2,64%. Entre janeiro e dezembro de 2020, o índice acumulou alta de 23,08%, no maior avanço em 18 anos. Em dezembro de 2019, o índice havia mostrado elevação de 1,74% e acumulava crescimento de 7,70% em 12 meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelos cálculos
“O IGP-DI veio em dezembro em 0,76% contra uma estimativa mediana do mercado de 0,87%. Este resultado mais baixo que o projetado reflete a queda dos preços no atacado, mais especificamente a queda dos produtos de origem agropecuária”, diz o economista André Perfeito. Ele complementa que, "apesar da queda na margem, o IGP-DI em 2020 acumulou recordes e fecha o ano com alta de 23,08%."
O segmento de matérias-primas brutas caiu 0,81% em dezembro. Em novembro, a alta havia sido de 3,80%. Contribuíram para o movimento da taxa do grupo os seguintes itens: soja em grão (de 6,49% para -12,72%), milho em grão (de 15,69% para -6,77%) e bovinos (dee 7,53% para -4,87%). Em sentido oposto, vale citar minério de ferro (de -2,68% para 13,32%), leite in natura (de -4,32% para 2,80%) e mandioca/aipim (de -1,12% para 2,23%).
"Commodities importantes registraram aumentos históricos em 2020 e levaram o IGP a fechar o ano com a maior alta desde 2002, quando subira 26,41%. Minério de ferro (107,15%), soja (79,45%) e milho (68,81%) estão entre os maiores destaques", disse em nota André Braz, coordenador dos índices de preços.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,68% em dezembro, ante 3,31% em novembro. Na análise por estágios de processamento, a taxa do grupo de bens finais variou de 2,61% em novembro para 1,62% em dezembro. O principal responsável por este recuo foi o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 4,14% para 1,23%.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,07% em dezembro, após alta de 0,94% em novembro. Quatro das oito classes de despesa componentes do índice registraram aceleração em suas taxas de variação: habitação (de 0,33% para 2,87%), vestuário (de 0,04% para 0,38%), despesas diversas (de 0,09% para 0,22%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,18% para 0,29%).
Nessas classes de despesa, vale mencionar o comportamento dos itens: tarifa de eletricidade residencial (de 0,16% para 11,93%), roupas (de 0,01% para 0,35%), alimentos para animais domésticos (de -1,35% para 2,18%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 0,18% para 0,69%).
*Estagiário sob supervisão de Odail Figueiredo