Novo reajuste no preço dos combustíveis

Simone Kafruni
postado em 26/01/2021 22:51 / atualizado em 27/01/2021 02:32
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 26/1/18)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press - 26/1/18)

A Petrobras anunciou, ontem, mais um aumento nos combustíveis, que vale a partir de hoje nas refinarias. Depois da disparada de 8% em 18 de janeiro, a gasolina sofrerá reajuste de mais 5%, acumulando alta de 13,4% em 2021. O diesel também será reajustado, em quase 4,5%, decisão que desagradou os caminhoneiros. Parte da categoria ameaça entrar em greve em 1º de fevereiro.

Segundo a Petrobras, o preço médio de gasolina para as distribuidoras “passa a ser de R$ 2,08 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,10 por litro”. Ao fim de 2020, o valor da gasolina era de R$ 1,83. “O preço médio do diesel, por sua vez, passará a ser de R$ 2,12 por litro, refletindo um aumento médio de R$ 0,09 por litro”, informou.

A estatal explicou que os preços acompanham o valor dos combustíveis no mercado internacional e a taxa de câmbio. Também ressaltou que os valores na bomba dos postos revendedores são diferentes do cobrado nas refinarias,

O aumento no preço do diesel colocou lenha na fogueira da ameaça de greve dos caminhoneiros. O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, disse que o reajuste não veio em boa hora. “Sabemos que a alta é na refinaria, mas sempre acaba sendo repassada para aquele que trabalha e produz.” Sobre a paralisação, Chorão afirmou: “Está se levantando um movimento paralelo que me preocupa muito.”

O assessor-executivo da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Marlon Maues, pede cautela. “Não podemos entrar no campo passional. Temos que ser muito racionais para conseguir pleitos que a categoria almeja”, ressaltou. Segundo Maues, o governo anunciou que vai neutralizar o efeito nas bombas, com redução de PIS-Cofins.

“Nós somos favoráveis ao diálogo sempre. A Petrobras sentou com o governo federal, e havia um acordo, porque não é o momento de uma paralisação. Mas, a Petrobras não cumpriu. Nos sentimos traídos”, afirmou. O assessor da CNTA destacou, ainda, que a categoria precisa pressionar os governos estaduais para redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). “Agora, mais do que nunca, está na hora dos governos estaduais entrarem e reduzirem o ICMS. Os caminhoneiros deveriam se manifestar perante os governos estaduais para ajudar na redução”, completou.

Marcelo Aparecido, representante dos caminhoneiros autônomos do Porto de Santos no Fórum do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC), disse que a classe está no meio de uma guerra política. “Nosso entendimento é que querem usar nossa categoria”, afirmou.

Além dos caminhoneiros, os reajustes anunciados, ontem, pela Petrobras também desagradaram e consumidores. Para o vendedor Leomar Junior, 21 anos, morador de Taguatinga, o preço da gasolina é um desafio, principalmente porque ele precisa utilizar o carro para realizar as visitas aos seus clientes. “Neste começo de ano, o comércio está com menos movimento, a população gastando menos devido à falta de dinheiro. E o alto preço do combustível é um obstáculo a mais”, avaliou. (Com Edis Henrique Peres)

 

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