CONJUNTURA

Tesouro Direto: estoque cresce 5,13% e vai para R$ 62,70 bilhões

De acordo com o Ministério da Economia, o número de investidores ativos chegou ao fim de 2020 em 1.443.685 de pessoas, um aumento de 20,19% em relação ao total do fim de 2019

Carinne Souza*
postado em 26/01/2021 12:39 / atualizado em 26/01/2021 12:39

Relatório do Tesouro Nacional indicou avanço no investimento no Tesouro Direto em 2020. O ano marcado pela pandemia do novo coronavírus mostrou um crescimento de 5,13% no programa que fechou o ano com estoque de R$ 62,70 bilhões. A pandemia também abriu as portas para novos investidores e registrou uma crescente de 20,19% de investidores ativos, fechando o ano com 1.443.685 de pessoas com saldo de aplicações.

O último ano mostrou um avanço de investidores ativos no Tesouro Direto, conforme indica relatório. Na comparação do mês de dezembro como anterior, o programa alcançou a máxima da série histórica com 67.839 pessoas, um aumento de 4,93%. Em relação aos cadastros, o programa também registrou alta de 2,91% na comparação com novembro e atingiu um total de 9.200.747 de pessoas.

Fugindo do padrão, os jovens e as mulheres investiram mais no Tesouro Direto no ano passado. A participação feminina registrou um aumento de 1,22% e alcançou um total de 32,59%, ante 31,37% registrado em 2019. Os jovens com idade entre 16 e 25 também enxergaram uma possibilidade no programa, e a participação atingiu o maior valor da série com 20,6% do total de investidores.

Os títulos indexados à taxa Selic foram os mais demandados pelos investidores em 2020, totalizando R$ 11,47 bilhões ou 46,62% das vendas no programa. Já os títulos indexados à inflação somaram R$ 8,10 bilhões e corresponderam a 32,92% do total; enquanto os títulos prefixados totalizaram R$ 5,03 bilhões em vendas, ou 20,46% do total.

Um dos motivos para isso pode ter sido a zeragem da taxa de custódia da B3 para os investimentos de até R$ 10 mil no Tesouro Selic, anunciada em agosto. A iniciativa motivou investidores a iniciarem investimentos na poupança do programa, que totalizou R$ 11,47 bilhões em 2020 em vendas, sendo o título mais vendido no ano.

Na quantidade de operações, 2020 registrou uma queda de 17,02% na comparação com 2019. No último ano totalizou 4,57 milhões de operações, cerca de 381.329 mil por mês. As emissões somaram R$ 24,61 bilhões, e demonstraram queda de 20,30% em relação ao exercício anterior.

As operações de resgate também registraram queda na comparação com 2019, cerca de 13,62%. Em 2020, os resgastes somaram R$ 26,70 bilhões, ante R$ 30,91 bilhões registrados no ano anterior. Dessas, R$ 24,25 bilhões foram em recompras e R$ 2,44 bilhões em vencimentos. O levantamento ainda mostrou que houve resgate líquido no exercício de 2020 no montante de R$ 2,09 bilhões.

Pequenos investidores mais ativos

O relatório também indicou que, em especial, aos pequenos investidores têm se tornado mais ativos no mercado. De todas as operações registradas no programa, 67,23% envolveram valores até R$ 1 mil no ano passado. Esse resultado seguiu a tendência de aumento vista nos últimos três anos, principalmente quando comparados com os percentuais dessa faixa de investimento em 2017 (51,27%), 2018 (60,24%) e 2019 (65,01%).

A maior parcela de vendas se concentrou nos títulos com vencimento de 1 a 5 anos, com 46,01% do total. Em seguida, os títulos com vencimento entre 5 e 10 anos corresponderam a 29,13%, enquanto os títulos com vencimento acima de 10 anos representaram 24,86% do total no ano.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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