O constante aumento no preço da gasolina vem assustando os consumidores. Na segunda-feira, a Petrobras anunciou um reajuste de cerca de 8,2% no valor do produto. O médico Joel Assad, 61 anos, contou ter sentido o impacto. Ele usa o carro todos os dias para ir ao trabalho e roda cerca de 80km diariamente. “Ou uso o carro para trabalhar e chegar na hora certa ao trabalho, ou me sujeito ao transporte público, o que me impossibilitaria de estar nos lugares onde tenho que estar”, afirmou.
A estudante Isadora Gomes, 20, relatou ter cortado outros gastos para bancar a despesa. “Eu conseguia encher o tanque por menos de R$ 200. Agora, preciso colocar mais do que isso para meu carro conseguir fazer o mês inteiro”, disse. “Tive de aumentar esse valor e economizar com outras coisas, como lazer e compras para dentro de casa.”
De acordo com o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustíveis-DF), Paulo Tavares, essa é a quinta elevação consecutiva desde 1º de novembro de 2020.
Ele explicou que o preço na refinaria subiu, assim como o valor do etanol, biocombustível que compõe a gasolina. “Você tem dois elementos que compõem a proporção do combustível na bomba subindo, o que deu, aproximadamente, R$ 0,45 de reajuste na gasolina. Isso, na refinaria, que é repassado para a distribuidora, e a distribuidora acrescenta os aditivos”, afirmou.
Conforme Tavares, desde 1º de novembro, o preço médio não variou muito, o que fez com que a revenda da gasolina absorvesse, aos poucos, os aumentos da refinaria. “Só que, agora, ficou um pouco insustentável. O quadro se deve a essa defasagem de quase R$ 0,50, e os postos estavam praticando o preço médio muito parecido, de R$ 4,63”, disse. “Além disso, houve o aumento da Petrobras que gerou a elevação de R$ 0,15 no litro da gasolina”, emendou, ressaltando que o novo aumento afeta fortemente a taxa de lucro das distribuidoras.
Tavares também destacou que a Petrobras repassa o custo do reajuste do barril do petróleo e do dólar. “O Brasil adotou essa prática: aumentou lá fora, aumenta aqui.”
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