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Das atividades, livros, jornais, revistas e papelaria cresceram 5,6%; tecidos, vestuário e calçados tiveram alta de 3,6%; e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação subiram 3%. No entanto, houve queda em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%); combustíveis e lubrificantes (-0,4%); e móveis e eletrodomésticos (-0,1%).
Na opinião de André Perfeito, economista-chefe da Necton, os números do varejo decepcionaram, sobretudo após dados bons na pesquisa de serviços divulgados esta semana. “Comércio veio no campo negativo, após crescimento na margem maior do que o projetado em serviços. A recuperação após o pior da pandemia foi vigorosa e criou a sensação de uma desejada volta em V. Mas, a recuperação tem mais cara de raiz quadrada, ou seja, vai voltar o que perdeu com o choque do lockdown inicial — que nem foi tão severo assim — e depois, sem incentivos perenes, irá se estabilizar em patamares próximos de zero”, destacou.
A redução dos benefícios (diminuição do auxílio emergencial no final do ano passado, fim do deferimento de impostos e outros) irão se revelar nos números econômicos, projetou Perfeito, assim como o aumento do caso de mortes e infectados estão se revelando nos dados recentes de covid-19, após a população e as autoridades se descuidarem nas festas de fim de ano. “O dado jogou um balde de água fria em relação aos números de serviços que tinham me entusiasmado no meio desta semana.”
Todas as cinco atividades de serviços registraram crescimento na passagem de outubro para novembro de 2020, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE. Na média global, o volume de serviços prestados subiu 2,6% em novembro ante outubro. Os destaques foram os segmentos de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,4%), serviços prestados às famílias (8,2%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (2,5%). No Distrito Federal, no entanto, serviços caíram 9,9%, segundo o mesmo levantamento.
Inflação
Para Lisandra Barbero, economista da XP Investimentos, o resultado de -0,1% ficou abaixo tanto das estimativas. A XP apostava em crescimento de 0,2% — e de 0,5% para o varejo ampliado —, enquanto o consenso do mercado era de 0,3% e 0,9%, respectivamente. “Um dos fatores que pode ter contribuído para a perda de ímpeto do setor em novembro é a antecipação do consumo de bens duráveis feita durante a pandemia, que reduziu as compras típicas de fim de ano”, avaliou.
“De acordo com nosso índice de difusão, mais de 69% do setor vem crescendo a um ritmo expressivo nos últimos seis meses. O número reforça a mensagem de que o varejo conseguiu apresentar expansão significativa em 2020, especialmente em meio aos estímulos sustentados durante a pandemia. Mas, olhando para frente, principalmente para os próximos meses, existe a possibilidade de que a alta da inflação de alimentos e a redução do auxílio emergencial continuem trazendo um viés negativo para o setor”, explicou.
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