O Palácio do Planalto confirmou que o presidente Jair Bolsonaro pediu a demissão do presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Porém, disse que não haverá demissão no momento, já que a equipe econômica está tentando reverter a medida.
Bolsonaro decidiu demitir Brandão nessa quarta-feira (13/1), após a repercussão negativa do plano de reestruturação do banco, que prevê o desligamento de 5 mil funcionários e o fechamento de 361 agências. O presidente havia sido informado antecipadamente do plano, mas não gostou do impacto da medida, já que o anúncio foi realizado em um momento de elevação do desemprego.
A ameaça de demissão fez as ações do Banco do Brasil desabarem quase 5% no pregão de ontem, pois foi vista pelo mercado como uma interferência política na instituição financeira. Por isso, tem sido alvo de protestos do ministro Paulo Guedes e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que indicou Brandão para o comando do BB.
Impasse entre Guedes e Bolsonaro
O Planalto confirmou que a equipe econômica está tentando reverter a demissão de Brandão. Porém, deixou claro o impasse entre Guedes e Bolsonaro nesta questão. "O ministro tem que vir aqui, ainda não veio", comentou uma fonte, ao ser questionada sobre a possibilidade de o chefe da equipe econômica conseguir fazer o chefe do Executivo mudar de ideia.
Já se fala que uma forma de garantir a permanência de Brandão seria a suspensão do plano de reestruturação do Banco do Brasil. A medida, porém, pode causar ruídos no mercado, que vê o processo de digitalização da instituição como acertada. Por isso, o clima segue tenso no Banco do Brasil, com os funcionários sem saber o rumo de Brandão.
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