TRABALHO

Medo do desemprego é crescente entre os brasileiros, aponta CNI

Segundo o estudo da Confederação Nacional da Indústria, o índice ficou em 57,1 pontos, na medição feita em dezembro de 2020 — número que se encontra acima da média histórica de 50,2 pontos

*Fernanda Strickland
postado em 07/01/2021 11:29 / atualizado em 07/01/2021 13:55
 (crédito: REUTERS/Amanda Perobelli)
(crédito: REUTERS/Amanda Perobelli)

Nesta quinta-feira (7/1), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou o Índice de Medo do Desemprego (IMD) e o Índice de Satisfação com a Vida (ISV). Nesta edição, foram entrevistadas duas mil pessoas, em 126 municípios, entre 5 e 8 de dezembro de 2020. O IMD ficou em 57,1 pontos em dezembro de 2020, acima da média histórica de 50,2 pontos. Segundo a CNI, no trimestre, o indicador subiu 2,1 pontos na comparação com setembro do ano passado e está um ponto acima do registrado em dezembro de 2019.

Com abrangência nacional, os indicadores identificam o sentimento da população brasileira e apoiam as previsões da evolução do consumo das famílias em meio à pandemia do novo coronavírus. A pesquisa mostra que homens e mulheres estão com percepções diferentes em relação ao desemprego. Elas têm mais medo de perder o trabalho, com indicador de 64,2 pontos; no gênero masculino, é de 49,4 pontos. Em ambos os sexos houve aumento do medo do desemprego, na comparação com setembro.

Segundo a pesquisa, pessoas com menos escolaridade e moradores de periferias temem mais a perda do emprego. “O temor também cresceu entre os entrevistados com educação superior: o índice passou de 50,1 pontos em setembro para 54,7 pontos em dezembro. Ainda assim, esse grupo da população apresenta o menor índice de medo do desemprego entre os estratos por grau de instrução. O medo é maior entre os entrevistados com grau de instrução inferior ao ensino médio completo (59,1 pontos entre os com instrução até a 4ª série da educação fundamental e 59,2 pontos entre os com da 5ª à 8ª série)”, diz a CNI.

Também de acordo com o levantamento, na análise geográfica, o receio de ficar sem trabalho cresceu mais entre os moradores das periferias. “O índice subiu de 55,9 pontos, em setembro, para 65,5 pontos, em dezembro. Entre os moradores das capitais, o índice é de 57,5 pontos; e nas cidades do interior, de 55,2 pontos”.

Satisfação com a Vida

Segundo a pesquisa, o Índice de Satisfação com a Vida (ISV) está acima da média histórica. Ele alcançou 70,2 pontos em dezembro de 2020, ficando acima da sua média histórica, de 69,6 pontos. A CNI explica que isso não ocorria desde 2014. Com o crescimento, o indicador mantém a tendência de recuperação iniciada no fim de 2016.

O aumento na satisfação com a vida foi maior entre os entrevistados com renda familiar até dois salários mínimos, mas, mesmo assim, esse grupo apresenta o menor índice. A satisfação cresce na medida em que aumenta a renda familiar e o grau de instrução do entrevistado. “Ela também é maior entre os mais jovens. O índice cai de 72,8 pontos, entre os entrevistados com 16 anos e 24 anos de idade, para 68,9 pontos entre os com 55 anos ou mais”, aponta a CNI.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

 

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