O endividamento voltou a crescer no Brasil no fim de 2020, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC). É que o percentual de famílias brasileiras que estão endividadas estava em queda desde agosto, mas subiu em dezembro do ano passado, chegando a 66,3%.
Dados divulgados nesta quarta-feira (6/1) pela CNC, por meio da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), mostram que a parcela das famílias que estão no vermelho saiu de 66%, em novembro, para 66,3%. Por isso, terminou o ano acima dos 65,6% observados no fim de 2019.
A pesquisa ainda mostra que o endividamento cresceu tanto entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, quanto nas famílias de maior renda. Porém, o endividamento é maior nos lares que vivem com até dez salários mínimos: 67,7%, contra 60% das famílias de maior renda.
Economista da CNC, Izis Ferreira alerta para o risco de esse endividamento continuar crescendo, sobretudo entre as famílias de menor renda, após o fim do auxílio emergencial. "O crédito pode voltar a funcionar como ferramenta de recomposição da renda, ainda no contexto de incertezas sobre a evolução do mercado de trabalho”, afirmou.
Já entre as famílias de maior renda, o maior endividamento pode estar relacionado à retomada do consumo e à recuperação econômica. Em dezembro, por exemplo, o consumo pode ter sido favorecido pelas compras de fim de ano e pela utilização da poupança circunstancial que foi formada na pandemia de covid-19, diante do fechamento dos serviços.
Por conta disso, em dezembro, a alta do endividamento foi puxada por mecanismos de crédito de curto prazo, sobretudo pelo cartão de crédito. Segundo a CNC, o percentual de famílias que usam o cartão de crédito saltou de 77,8% para 79,4% entre novembro e dezembro, chegando ao maior patamar de todo o ano de 2020.
Inadimplência em queda
Apesar disso, a inadimplência segue em queda no Brasil. De acordo com a CNC, 25,2% das famílias brasileiras disseram ter dívidas ou contas em atraso no fim de 2020. O dado caiu pelo quarto mês consecutivo — em novembro, por exemplo, era de 25,7%. Porém, ainda está acima do observado no fim de 2019: 24,5%.
O percentual de famílias que dizem que continuarão inadimplentes, por não terem condições de pagar suas contas, também caiu no fim do ano. O dado passou de 11,5% em novembro para 11,2% em dezembro. Porém, era de 10% no fim de 2019.
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