O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu que, apesar dos dados positivos que vêm sendo registrados pelo mercado de trabalho formal, ainda existe uma preocupação com a situação dos trabalhadores informais no Brasil. Por isso, prometeu tratar do assunto "aí na frente", sem, no entanto, detalhar como a questão será abordada após o fim do auxílio emergencial.
Guedes falou sobre a situação do mercado de trabalho brasileiro nesta quarta-feira (23/12), ao apresentar brevemente os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Ele afirmou que o mercado de trabalho formal brasileiro vem se recuperando a uma velocidade superior a de outros países e pode terminar o ano sem perdas de vagas. Porém, admitiu que a recuperação ainda não chega ao mercado informal. "Seguimos preocupados com os invisíveis. Vamos cuidar disso aí na frente", afirmou.
Segundo os dados do governo, cerca de 38 milhões de "invisíveis" estão recebendo o auxílio emergencial. São, sobretudo, trabalhadores informais que não constavam nos cadastros oficiais do governo antes da pandemia de covid-19. Porém, como mostrou o Correio, muitos desses trabalhadores estão preocupados com o fim do auxílio, previsto para o próximo dia 31, pois ainda não conseguiram retomar suas atividades por conta das restrições impostas pelo novo coronavírus.
O ministro não ficou na coletiva do Caged para responder às perguntas dos jornalistas. Por isso, o questionamento sobre o que está sendo pensado para os trabalhadores informais após o fim do auxílio emergencial foi direcionado ao secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco.
Bianco disse que ainda não pode apresentar detalhes do plano, pois o assunto será discutido com o ministro Paulo Guedes e com o presidente Jair Bolsonaro. O secretário garantiu, por sua vez, que "certamente este é o objetivo e nosso alvo". Ele acrescentou que o foco da pasta é a geração de oportunidades de trabalho no ano de 2021. "Estamos trabalhando nisso", assegurou.
Ao longo de toda a pandemia de covid-19, o governo prometeu continuar trabalhando junto com os "invisíveis" após o fim do auxílio emergencial. Por isso, discutiu a criação de um programa social que amparasse os mais vulneráveis; a equipe econômica também vinha defendendo medidas que pudessem inserir os informais no mercado de trabalho formal.
Entre as medidas defendidas por Guedes nesse sentido estavam a desoneração da folha, a criação de um imposto de renda negativo para quem ganha um salário mínimo e formas de conectar os brasileiros que recebem auxílios do governo a oportunidades de emprego. Assim como o Renda Brasil, no entanto, essas propostas ainda não avançaram.