As vendas de títulos no Tesouro Direto (compra e venda de títulos pela internet) superaram os resgates pela primeira vez desde junho. Entre julho e agosto, os saques foram maiores que o ingresso de novos investimentos. Em novembro, isso mudou. De acordo com dados divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional nesta terça-feira (22/12), no mês passado, a emissão de títulos públicos por meio do Tesouro Direto somou R$ 1,546 bilhão. Já os resgates totalizaram R$ 1,518 bilhão, sendo R$ 1,454 bilhão relativos a recompras e R$ 64,4 milhões, a vencimentos.
No mês, o total de operações de venda de títulos a investidores foi de 317.251. Chama a atenção o número de vendas com valores até R$ 5 mil, que corresponderam a 87,2% do total. O valor médio por operação foi de R$ 4,8 mil.
Em novembro, o título mais demandado pelos investidores foi o indexado à taxa Selic (Tesouro Selic), cuja participação nas vendas atingiu 36,9%. Vale lembrar que a taxa encontra-se no menor patamar da história, em 2%, desde agosto deste ano. Isso fez com que investimentos de Renda Fixa, como é o caso dos títulos do Tesouro, perdessem atratividade, o que contribuiu, por exemplo, para o recorde de pessoas físicas na Bolsa de Valores em 2020: 3,2 milhões.
Mesmo assim, o número de novos investidores cadastrados no Tesouro aumentou em novembro. Cerca de 280,4 mil novas inscrições foram registradas, o que eleva o número total de investidores para 8,9 milhões — com um aumento acumulado de 64,6% nos últimos 12 meses. Já os investidores chamados "ativos" totalizam 1,3 milhão, com uma variação positiva de 17,3% nos últimos 12 meses. No mês de novembro, houve um acréscimo de 17,1 mil novos investidores ativos.
Os títulos indexados à inflação, como o Tesouro IPCA+ e o Tesouro IPCA+ com juros semestrais, corresponderam a 36,7% do total de demandas. Os prefixados, por sua vez, foram 26,5%. Do total de emissões, cerca de 23,7% das vendas no Tesouro Direto em novembro corresponderam a títulos com vencimentos acima de 10 anos. Aqueles com prazo entre cinco e dez anos representaram 31%, e aqueles com prazo entre um e cinco anos, 45,3% do total.
Estoque
Já o estoque, que é o saldo total do Tesouro Direto, chegou a R$ 62,1 bilhões, um aumento de 0,9% em relação ao mês anterior, quando era de R$ 61,5 bilhões. Em relação ao mesmo mês de 2019, época em que o estoque era de R$ 59,1 bilhões, o aumento foi de 4,9%.
Segundo o Tesouro, os títulos remunerados por índices de preços respondem pelo maior volume no estoque, alcançando 49,9%. Em seguida, aparecem os títulos indexados à taxa Selic, com participação de 29,7%; e, por fim, os títulos prefixados, com 20,4%.
O título com maior rentabilidade foi o Tesouro IPCA+ 2045, que registrou variação de 2,29%. Vale destacar que, por ser atrelado ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ele está sujeito a variações na inflação. Já na rentabilidade acumulada em 12 meses, o destaque foi para o Tesouro Prefixado 2023, que obteve alta de 7,05%.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro