Ações criminosas no Rio de Janeiro estão impactando a prestação de serviços de telecomunicações no estado. A milícia e o crime organizado desligam os cabos das operadoras e instalam serviços piratas, impedindo, sob ameaça, que os funcionários das empresas façam o religamento. A situação é tão grave que a Claro pensa em reduzir as operações e os investimentos no Rio de Janeiro.
O Ministério da Justiça cogita uma ação integrada entre várias secretarias, destacou o vice-presidente de Relações Institucionais da Claro, Fábio Andrade. Ele e outros executivos da prestadora se reuniram, nesta sexta-feira (11/12), com o secretário nacional de Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Cláudio de Castro Panoeiro, para relatar os acontecimentos e pedir providências.
Gatos
Como o serviço de telecomunicações é uma outorga do governo federal, executivos da empresa procuraram a Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) da pasta. Andrade explicou que a prática é comum no Rio de Janeiro, mas que, na região específica de Cabo Frio, estão ocorrendo ações criminosas sistemáticas. “Cortam os cabos da operação de televisão a cabo, instalam os gatos e não deixam a gente reativar o serviço. Ameaçam os funcionários que fazem a manutenção dos cabos”, contou.
Desta forma, vários assinantes da operadora ficam sem os serviços. “Isso desencadeia uma série de reclamações na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e nos órgãos de defesa do consumidor, mas a gente não pode fazer nada”, lamentou o vice-presidente. Por conta disso, Andrade disse ao secretário que pensa em reduzir a operação da Claro nas áreas mais críticas.
“O secretário ficou de comunicar oficialmente o secretário de Justiça do Rio de Janeiro e pediu para formalizar oficialmente a denúncia. Ele vai marcar uma reunião com outros secretários para determinar uma ação integrada para ter uma ação mais efetiva”, informou Andrade.
Podem atuar, além da Senajus, as secretarias Nacional do Consumidor, de Segurança Pública, de Operações Integradas e até a Polícia Federal, porque a ação criminosa utiliza equipamentos contrabandeados.
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