A economia voltou a apresentar sinais positivos, em meio ao cenário complexo da pandemia. Em outubro deste ano, o volume de vendas do comércio varejista nacional subiu 0,9% frente a setembro, sendo a sexta taxa positiva consecutiva. Em relação a outubro de 2019, o comércio varejista subiu 8,3%, quinta alta seguida. Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).
“Depois de quedas muito expressivas em março e abril, o varejo vinha em trajetória de crescimento, porém em ritmo de desaceleração — maio (12,2%), junho (8,6%), julho (4,6%), agosto (2,9%) e setembro (0,5%). Esse resultado de outubro mostra um repique para cima, que precisamos ter cuidado para avaliar como uma retomada da aceleração. No mínimo, mostra um fôlego da economia num patamar que já estava alto”, analisa o gerente da PMC, Cristiano Santos.
Entre setembro e outubro deste ano, sete das oito atividades pesquisadas tiveram alta: tecidos, vestuário e calçados (6,6%); livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%); equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,7%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,3%); outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,9%); combustíveis e lubrificantes (1,1%); e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,6%).
A exceção ficou por conta do segmento de móveis e eletrodomésticos, que recuou 1,1%, de setembro para outubro. No acumulado no ano, o varejo cresceu 0,9%, após ficar estável em setembro e cair nos cinco meses anteriores. Já o acumulado em 12 meses ficou em 1,3%.
O volume de vendas no varejo, em outubro de 2020, manteve a trajetória de crescimento iniciada em maio de 2020, após dois meses de queda por conta da pandemia da covid-19. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a quinta taxa positiva consecutiva também é a maior variação, em termos de magnitude, dos últimos cinco meses.
CNI confiante
O bom momento no varejo também se verifica na indústria. Os empresários estão otimistas com relação ao desempenho da economia brasileira. Segundo a Pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) relativa a dezembro, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) foi de 63,1 pontos, um aumento de 0,2 ponto em relação ao mês de novembro, quando estava em 62,9 pontos.
Em meio à pandemia, o Icei registrou uma forte queda em abril, quando chegou a 34,5 pontos, o menor índice da série histórica. De junho a setembro, a confiança dos empresários apresentou forte recuperação. Em outubro, o indicador ficou estável, mas cresceu novamente em novembro e voltou a ficar estável no mês atual.
“Nesses últimos meses, de variações menores em patamares elevados, o índice vem reforçando a confiança dos empresários da indústria com relação à economia brasileira e às suas empresas”, diz a nota da CNI.
A manter a tendência otimista, a confederação espera que a indústria, que já alcançou níveis da pré-pandemia, retome a trajetória de crescimento, com aumentos graduais da produção, do investimento e do emprego.
*Estagiário sob a supervisão de Carlos Alexandre de Souza