Privatização

Após apagão, governo diz que venda da Eletrobras beneficiará o Norte

Segundo Programa de Parcerias de Investimentos, projeto prevê realização de investimentos no parque energético do Norte. Privatização da Eletrobras, contudo, depende de aprovação do Congresso

O governo federal acredita que a série de apagões ocorridos no Amapá não atrapalha o projeto de privatização da Eletrobras, e diz que a medida pode levar mais investimentos para o sistema energético da região Norte. Por isso, pretende fazer a capitalização da Eletrobras no próximo ano, se conseguir o aval do Congresso Nacional para isso.

"Não abriremos mão desse objetivo e achamos que em nada ele conflita com o que aconteceu no Amapá. Pelo contrário, no projeto tem recursos previstos para a modernização do parque de energia do Norte do país", afirmou a secretária especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, durante a apresentação da carteira de leilões prevista para 2021, nesta quarta-feira (2/12).

"Teremos contribuições para a região Norte e Nordeste no Brasil. Isso complementa a agenda de modernização do setor elétrico", reforçou o secretário-executivo adjunto do Ministério de Minas e Energia, Bruno Carvalho. Ele garantiu ainda que o governo está avaliando com "bastante responsabilidade e senso de urgência" o caso do Amapá e também pretende fazer leilões de transmissão para atender o aumento da demanda energética da região Norte.

R$ 60 bilhões

O Secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, calcula que a capitalização da Eletrobras pode movimentar cerca de R$ 60 bilhões. Ele explicou que, hoje, a participação do governo federal na empresa gira entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões, dependendo da cotação da ação. Porém, disse que espera uma valorização de pelo menos 50% dessas ações a partir da chamada de capital da empresa.

"Isso faz com que [a União] perca o controle e tenha a valorização da ação. Além disso, tem uma parcela de outorga, que faz parte da negociação com o Congresso e pode ir parte para o setor e parte para o governo. O projeto ainda está em modelagem", explicou. Ele admitiu que esse plano depende da aprovação de um projeto de lei pelo Congresso, que há anos adia a decisão sobre a privatização da Eletrobras.

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