De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), o mês de outubro mostrou aumento de 1,1% na produção industrial na série com ajuste sazonal. No acumulado de seis meses, o crescimento foi de 39%. Mesmo com as altas nos últimos meses — maio (8,7%), junho (9,6%), julho (8,6%), agosto (3,4%) e setembro (2,8%) —, o setor ainda está 14,9% abaixo do nível recorde de 2011.
O levantamento também indicou que 15 dos 26 ramos industriais analisados avançaram na produção frente a setembro, mas apontou que todas as atividades apresentaram recuo em comparação com o mesmo período do ano passado.
Com o acumulado de seis meses seguidos de crescimento, a atividade industrial eliminou a perda de 27,1% somada entre março e abril, meses em que a pandemia do novo coronavírus forçou o isolamento social. Com esses resultados, o setor industrial se encontra 1,4% acima do patamar de fevereiro.
Na série sem ajuste sazonal e comparada com o mês de outubro em 2019, a indústria teve avanço de 0,3%, depois de ter aumento de 3,7% ainda em setembro deste ano, mês que marcou a queda de 10 meses consecutivos nessa comparação. Assim, o setor acumula perda de 6,3% no ano e queda de 5,6% em 12 meses, uma perda ligeiramente mais intensa do que a acumulada nos 12 meses até setembro (-5,5%).
No índice acumulado entre janeiro e outubro deste ano, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou redução de 6,3%, com resultados negativos em todas as grandes categorias econômicas, em 20 dos 26 ramos, em 62 dos 79 grupos e em 66,3% dos 805 produtos pesquisados.
Atividades
Mais da metade dos 26 ramos analisados mostra avanço no crescimento industrial. O principal foi Veículos automotores, reboques e carrocerias, com cerca de 4,7%, acumulando uma expansão de 1.075,8% em seis meses consecutivos de crescimento na produção. Em seguida vieram Metalurgia (3,1%), Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (4,5%), Máquinas e equipamentos (2,2%), Produtos de metal (2,8%), Couro, artigos para viagem e calçados (5,7%), Produtos de minerais não-metálicos (2,3%), Confecção de artigos do vestuário e acessórios (5,0%) e Produtos de borracha e de material plástico (2,1%). Essas atividades já haviam registrado avanços em setembro.
Já dos ramos que apresentaram queda, 11 mostram impactos negativos no mês de outubro. Foram eles Produtos alimentícios (-2,8%), resultado que interrompeu três meses de altas seguidas (expansão de 4,3%); e Indústrias extrativas (-2,4%), que registrou o segundo mês seguido de queda, acumulando perda de 7,0%. Outros decréscimos relevantes vieram com Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,2%); Produtos do fumo (-18,7%) e Outros produtos químicos (-2,3%).
Categorias econômicas
Na análise de grandes categorias econômicas, em comparação com o último mês analisado, os Bens de Capital (7%) e os Bens de consumo duráveis (1,4%) mostram avanço de seis meses consecutivos com os resultados de outubro, de 111,5% e 506,7%, respectivamente. A categoria Bens de capital, em comparação com o mês de fevereiro, de maior expansão no país, está 3,5% abaixo, bem como a de Bens de Consumo duráveis, 4,2% abaixo do segundo mês do ano.
Por outro lado, os segmentos de Bens intermediários e de Bens de consumo semi e não-duráveis registraram resultados negativos em outubro, -0,2 pontos percentuais (p.p.) e 0,1% p.p, respectivamente, interrompendo cinco meses consecutivos de crescimento na produção, período em que acumularam ganhos de 26,6% e 30,4%.
Comparação com 2019
Na comparação com o mesmo período do ano passado, o avanço da indústria foi de apenas 0,3 pontos percentuais. As principais atividades que mostram aumento em comparação com outubro de 2019 foram as registradas por Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,2%), Máquinas e equipamentos (9,4%), Bebidas (9,9%) e Produtos de minerais não-metálicos (9,8%).
Outros impactos positivos importantes vieram de Produtos de borracha e de material plástico (8,4%), Produtos de metal (8,2%), Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (9,5%), Metalurgia (3,4%), Produtos alimentícios (1,0%), Produtos de madeira (13,8%), Produtos têxteis (9,8%) e Máquinas e materiais elétricos (6,1%).
Nas grandes categorias econômicas, Bens intermediários registraram o avanço mais acentuado, cerca de 3,2%, após crescimento nos últimos três meses analisados — setembro (5,7%), agosto (1,9%) e julho (1,9%). Bens de capital também apresentaram taxa positiva com 2,1%, interrompendo oito meses de resultados negativos consecutivos.
Os segmentos Bens de consumo duráveis e Bens de consumo semi e não-duráveis mostraram recuo, na comparação com 2019, de -8,3 e -3,4 pontos percentuais, respectivamente. Este segundo chegou a registrar avanço de 1,9% em setembro, quando interrompeu oito meses consecutivos de retração, mas voltou a cair em outubro, principalmente, pela queda observada no grupamento de carburantes (-12,6%), pressionado pela menor produção de álcool etílico e gasolina automotiva.
Bens de consumo duráveis havia interrompido sete meses de resultados negativos em setembro, com avanço de 2,1%, mas teve piora em outubro pressionado pela queda na fabricação de automóveis (-22,1%) e de motocicletas (-14,3%).