A Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, rebateu as críticas de que o auxílio emergencial está sendo retirado de forma abrupta. A pasta alegou que o fim do benefício foi gradativo, visto que o valor já foi reduzido de R$ 600 para R$ 300 em setembro. E acredita que, apesar do recrudescimento da pandemia e da alta do desemprego, o Brasil vai voltar a crescer e a gerar emprego em 2021.
Em nota técnica publicada nesta quarta-feira (29/12), último dia de pagamentos do auxílio emergencial, a Secretaria de Política Econômica, que é chefiada pelo economista Adolfo Sachsida, classificou como uma crítica infundada, que tem contaminado o bom debate econômico, a reclamação de que o auxílio emergencial está acabando de forma abrupta.
"Ora, algo que é anunciado para durar 3 meses e tem sua duração expandida para 9 meses não pode ser qualificado como retirada 'abrupta' do benefício. Além disso, o auxílio emergencial começou com R$ 600 e irá ser finalizado pagando R$ 300 (a um rol menor de beneficiários). Além disso, o próprio orçamento do Bolsa Família foi reforçado para 2021. Em outras palavras, o fim do auxílio emergencial foi gradativo e amplamente anunciado", reclamou a SPE.
Diante dos pedidos de que o auxílio emergencial seja prorrogado novamente, já que a covid-19 e o desemprego alto continuam afetando os brasileiros; a pasta ainda ressaltou que todas as medidas econômicas adotadas durante a pandemia são transitórias e "se encerram sem exceção até o final desse ano". A SPE argumenta que "transitória também é a crise atual".
Reformas
A secretaria ainda retrucou as críticas de que a agenda econômica do ministro Paulo Guedes sofre resistência no Congresso Nacional. A pasta alegou que "avanços importantes" ocorreram neste ano, mesmo diante da pandemia de covid-19. E cita como exemplos desses avanços a aprovação de projetos como o novo marco do saneamento, a nova lei de falências e a nova lei de licitações.
Confiante na continuidade da agenda de reformas em 2021, a SPE chegou a listar as medidas econômicas que devem avançar ao longo de 2021. São elas: PEC Emergencial; pacto federativo; reformas tributária e administrativa; privatizações, concessões e Parcerias Público Privadas (PPPs), incluindo a privatização da Eletrobras; abertura econômica; modernização do setor elétrico; novo modelo de partilha de óleo e gás; debêntures de infraestrutura; autorização de ferrovias; e a nova lei do licenciamento ambiental. "A agenda econômica para 2021 é ampla e segue focada nos ganhos de produtividade e consolidação do lado fiscal da economia brasileira. Consensos estão sendo construídos", diz a nota da SPE.
PIB e emprego
Por conta dessa perspectiva de que as reformas continuem avançando e de fatores como o avanço da vacinação contra a covid-19, a manutenção de juros baixos no cenário internacional e o boom das commodities, que favoreceu os exportadores brasileiros em 2020, a SPE acredita que a economia brasileira vai crescer 3,2% no próximo ano.
A pasta ainda diz que, por isso, será possível endereçar questões como a alta do desemprego e as incertezas fiscais que hoje rondam o país. "O que podemos inferir até o momento é que ao longo de 2021 teremos uma elevação da taxa de ocupação na economia, o crédito continuará sua expansão, e o governo continuará tomando as medidas necessárias para fortalecer o processo de consolidação fiscal", afirma a SPE.
A nota justifica esse otimismo dizendo que o governo não fez "anúncios de planos econômicos mirabolantes", mas elaborou "uma moderna estratégia de crescimento econômico via mercado", calcada nas reformas econômicas, nos marcos regulatórios e nas privatizações, que podem melhora o ambiente econômico, aumentar a produtividade e atrair investimentos privados para o país.
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