O Ibovespa, índice que mede o desempenho das principais ações da Bolsa de Valores brasileira (B3), embalado pelo clima global favorável, encerrou o pregão de segunda-feira (28/12) com alta de 1,12%, aos 119.123 pontos. E seguiu a tendência do Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que teve alta de 0,68%, e da bolsa tecnológica Nasdaq, que se valorizou 0,74%.
Interferiram de forma positiva o pacote de incentivos de R$ 2,3 trilhões previsto para ativar a economia dos Estados Unidos (R$ 900 bilhões de estímulos fiscais), após a difícil sanção do presidente Donald Trump; além do início da imunização em vários países; e do alento que veio da Europa, com o Brexit. O Reino Unido publicou, no último sábado, o texto do acordo comercial com a União Europeia (UE) para sair de um dos maiores blocos comerciais do mundo.
“Nesse ritmo, é possível que o Ibovespa encerre o ano de 2020 acima dos 120 mil pontos. Afinal, está a apenas 404 pontos abaixo da máxima do ano, em janeiro, que foi de 119.527 mil pontos”, estima Eduardo Velho, economista-chefe da JF Trust. Ele alerta, no entanto, que toda a ajuda que poderia vir de fora já chegou e já foi devidamente absorvida pelo mercado.
Em 2021, a tendência é que os investidores voltem os olhos para o cenário doméstico. “E aí, creio, a cobrança vai ser muito maior pelas reformas, pelo ajuste fiscal e pela obediência ao teto dos gastos. Todo esse movimento aqui no Brasil será fundamental, já que os efeitos da pandemia estarão mais presentes, devido aos gastos emergenciais,” aponta Velho.
Pelo mundo, as bolsas de valores viveram um dia de alegria dos investidores. A de Lisboa subiu 0,51%. Em Paris, alta de 0,64%. Frankfurt, avançou 1,28%. Madrid ganhou 0,67%. E Milão subiu 0,20%. Na Ásia, Tóquio fechou em alta de 0,74% e Seul encerrou o dia com valorização de 0,06%.
O otimismo dos investidores, por outro lado, também provocou a valorização do dólar (0,74%) frente ao real, que fechou o dia cotado da R$ 5,238 para compra e a R$ 5,240 para a venda. “Foi um ajuste, embora o real tenha sido a moeda que mais se desvalorizou, ontem, no mundo. Foi preciso o Banco Central fazer um leilão de US$ 530 milhões no mercado à vista para conter a valorização da moeda americana. Uma boa estratégia da autoridade monetária, mas acho que a cotação se segura nesses patamares pelo menos até o tempo que sobre ainda desse ano”, reforça o economista-chefe da JF Trust.
É preciso, também, levar em conta o apetite das empresas por dólar, uma forma de se protegerem das instabilidades e fazer frente aos pagamentos futuros, diz. Ele também mostrou receio em relação ao atraso do Brasil no processo de vacinação em massa contra a Covid-19. “Se ficarmos para trás, podemos pagar um preço alto,” alerta Velho.
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