Setor aéreo

Alta temporada de voos do fim de ano sofre queda de 40% em relação a 2019

Infraero informou também redução de 41% na quantidade de passageiros para o período na comparação como ano passado. Previsão para recuperação do setor é apenas para 2024, diz Associação Internacional do Transporte Aéreo

Carinne Souza*
postado em 21/12/2020 21:27 / atualizado em 21/12/2020 21:29
 (crédito: Agencia Brasil/Tania Rego)
(crédito: Agencia Brasil/Tania Rego)

As festas de fim de ano são consideradas, por muitos, o momento ideal para viajar, mas não em 2020. A pandemia causada pelo novo coronavírus e a onda crescente de novas infecções no país e no mundo ainda preocupam a maioria dos brasileiros, que têm decidido não viajar. A Infraero informou uma redução de 41% na quantidade de passageiros para o período na comparação com 2019; e 40% de queda nos voos.

O movimento é observado na maioria dos aeroportos do país. O Aeroporto de Brasília, até o mês de outubro, realizou apenas um quinto das operações feitas em todo ano passado. Até o momento, pouco menos de 6 milhões de passageiros passaram pelo local nos últimos 10 meses analisados; em 2019, o aeroporto fechou o ano com quase 17 milhões de viajantes.

O aeroporto mais movimentado do país também não recuperou a movimentação pré-pandemia. O Aeroporto Internacional de São Paulo (GRU) somou mais de 43 milhões de embarques e desembarques no ano de 2019. Entre janeiro e novembro deste ano, foram cerca de 18 milhões de passageiros.

Para o diretor-geral da Iata no Brasil (International Air Transport Association — Associação Internacional do Transporte Aéreo), Dany Oliveira, o ano foi o pior para o setor. "Globalmente, 2020 será o pior ano da história das companhias aéreas, que terão prejuízo líquido estimado de US$ 118,5 bilhões (acima dos US$ 84,3 bilhões previstos em junho). Em 2021, o prejuízo da indústria continuará alto, apesar da expectativa de melhora no desempenho. Estimamos que levará até 2024 — um ano a mais do que o anteriormente esperado — para que o tráfego de passageiros retorne aos níveis pré-crise", disse. 

Recuperação a curtos passos

Voltar aos resultados alcançados nos últimos anos não será do dia para a noite, mas uma leve crescente pode ser esboçada entre as últimas semanas de dezembro e a primeira de janeiro. Em nota, a Agência Brasileira de Empresas Aéreas (Abear) indicou uma queda de 35% na demanda de voos domésticos no mês de novembro em comparação com o mesmo período do ano passado. Nco comparativo mensal, contudo, a procura teve um aumento de 15,7% em relação a outubro.

Os aeroportos do país prevêem aumento para a alta temporada do mês, mas nada que se compare ao ano anterior. O Aeroporto de Brasília prevê uma retomada de 70% dos voos para este mês; já o principal aero do Rio de Janeiro, RIOgaleão, estima um aumento de 49% na comparação com novembro.

O Aeroporto de Guarulhos não informou uma estimativa para o mês de dezembro, mas revelou um aumento de 8% para as últimas semanas de dezembro na comparação com os últimos 15 dias de novembro.

"O mercado doméstico brasileiro de aviação, apesar de apresentar indicadores negativos em relação ao desempenho de 2019, tem se destacado positivamente na retomada da atividade em comparação a outros países. De acordo com dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a demanda doméstica em novembro de 2020 foi 10,5 vezes superior aos níveis observados em abril deste ano, enquanto a demanda internacional cresceu mais de 5 vezes”, detalhou o diretor da Iata.

Embora a demanda ainda represente um número inferior se comparado com o mesmo período em 2019, "observamos um crescimento constante nos últimos meses, reforçando o diagnóstico de que há uma retomada firme e significativa. A tendência mais acelerada de recuperação nos mercados domésticos mostra que o Brasil poderia atingir os níveis de 2019 já em 2021, enquanto a demanda internacional levaria um tempo maior para voltar ao patamar pré-pandemia”, pontua.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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