O chefe da equipe econômica, Paulo Guedes, disse que é "o ministro mais vulnerável" da Esplanada. Ele alegou que não é um "superministro", como era chamado no início do governo de Jair Bolsonaro, pois é "demissível em cinco minutos" e pode cair em poucos meses se todos os outros ministros decidirem furar o teto de gastos — emenda constitucional que limita o aumento das despesas à inflação do ano anterior.
Guedes falou sobre o assunto ao ser questionado, nesta sexta-feira (18/12), durante a coletiva de balanço anual do Ministério da Economia, se perdeu força nos últimos meses, por conta do atraso de pautas consideradas prioritárias pela equipe econômica, como as privatizações e as reformas econômicas. ele foi perguntado também sobre a pressão de outras alas do governo por aumento de gastos , que tem repercutido no mercado financeiro, que, hoje, já não descarta um eventual rompimento do teto de despesas públicas.
"Eu nunca acreditei que sou superministro de nada. Quem é super, se pode ser demitido em cinco minutos? Uma pessoa que pode ser demitida em cinco minutos não pode ser super nada, só se for bobo. Eu sou um ministro como todos os outros e sou o mais vulnerável", retrucou Guedes. Ele disse que é "mais vulnerável" justamente porque controla o Orçamento e pode ser derrubado se todos os outros ministros "partirem ao mesmo tempo para furar o teto de gastos".
O ministro usou, então, uma metáfora, dizendo que pode ser como a Usina de Itaipu, que gera energia para todos, ou se transformar em Brumadinho e cair em três ou quatro meses, se todos decidirem furar o teto de gastos.
Apesar de já ter acusado outros ministros de fura-teto, Guedes evitou críticas desta vez. Ele fez, inclusive, afagos aos ministros da ala militar e ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas. Não citou, contudo, seu desafeto, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. "Eu desfrutei da colaboração e da confiança desses ministros e do presidente", afirmou, agradecendo a confiança de Bolsonaro.
Paulo Guedes admitiu que têm ocorrido falhas na comunicação da pasta e voltou a defender, durante fala de mais de duas horas e meia a jornalistas, que o Brasil vai "surpreender o mundo" e será a “maior fronteira de investimentos” no ano que vem.
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