O governo voltou a negar riscos de apagão no país. O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, reiterou, nesta sexta-feira (18/12), em entrevista à TV Senado, que o Brasil tem um sistema elétrico bastante resiliente, e disse que o ocorrido no Amapá, que ficou 22 dias no escuro, foi um caso isolado. “Inaceitável, mas que poderia ter ocorrido em qualquer lugar do mundo, em empresa privada ou estatal”, afirmou.
Albuquerque garantiu, mais uma vez, que a pasta teve a preocupação de manter a segurança energética e o abastecimento durante o período excepcional da pandemia. “O nosso sistema é resiliente e é capaz. Estamos trabalhando para que não aconteça nunca mais o que houve no Amapá. Mantemos um monitoramento permanente do setor elétrico. Hoje mesmo, tenho reunião extraordinária do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), com todos os agentes que têm participação no setor, para que possamos evitar, preventivamente, a possibilidade de falta de energia em qualquer lugar do país.”
No entanto, o ministro admitiu que a situação dos reservatórios é crítica. O de Furnas, que é um dos mais importantes do país (com participação de 17% no sistema), está em um nível bastante baixo, de apenas 13%, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “Tivemos o período mais seco nos últimos 90 anos, o que levou os reservatórios do Centro-Oeste, Sudeste e Sul aos níveis mais baixos dos últimos 20 anos. Mas estamos despachando termelétricas para preservar o nível de água dos reservatórios. Quando o regime de chuvas se apresentar, vamos adequar o sistema”, explicou.
Ainda sobre o acidente no Amapá, o ministro negou que o fato de a empresa responsável ter sido privatizada tenha tido qualquer impacto sobre o que aconteceu. Depois do incidente, houve críticas às privatizações, porque a empresa Gemini, da espanhola Isolux, era a responsável pelo transformador que pegou fogo. “Ali estava uma empresa que poderia ser estatal ou privada. Eu visitei a subestação onde houve a explosão de um transformador, que afetou o outro. A empresa entrou em operação em 2015, fruto de um leilão como o realizado ontem. Até então, não tinha apresentado nenhum problema e falhas mínimas na operação. Mas estamos avaliando as condições do Amapá e de outras regiões parecidas", disse.
Leilões
Albuquerque ainda comemorou os leilões de transmissão realizados na véspera e minimizou a possibilidade de judicialização, como a que ocorreu durante a privatização da Companhia Energética de Brasília (CEB). “As liminares da CEB foram cassadas. As instituições funcionam. Isso dá segurança. Ontem, tivemos 55% de deságio no leilão, o terceiro maior que já ocorreu", lembrou.
"Nosso mercado continua atrativo, porque oferecemos governança, respeito aos contratos e previsibilidade. Isso é o que torna o ambiente de negócios favorável. O leilão de ontem foi de muito sucesso, como têm sido os últimos leilões que realizamos há dois anos” acrescentou o ministro.
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