A Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) prevê fechar o ano com um tombo no faturamento de R$ 3,1 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado, quando faturou R$ 50,1 bilhões. Mas a expectativa é de recuperar a perda até o primeiro semestre de 2021, com projeção de crescimento de 8,3 e previsão de faturamento aproximado de R$ 55,3 bilhões.
A produção deste ano fechou em 1,87 milhão de toneladas. No mesmo período do ano passado, essa produção foi de 2,05 milhões de toneladas. Com a expectativa de crescimento de 8,3% para o próximo ano, a associação estima uma produção de 2,03 milhões de toneladas, resultado que quase se iguala ao crescimento de 2019.
O presidente executivo da Abit, Fernando Pimentel, afirmou em coletiva de imprensa que o setor tem acumulado crescimento desde o mês de setembro, mas que a expectativa de retomada não é imediata. Para Pimentel, a mudança de consumo dos brasileiros e a cotação do dólar para comprar insumos de produção, como o próprio algodão, tiveram impacto na retomada do setor.
Além disso, em novembro, o sentimento para a retomada do setor foi o mais positivo dos últimos sete meses, 67% contra 7% em abril, quando a quarentena foi imposta no país. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o sentimento era de 93% de crescimento.
Máscaras
O crescimento pode ter sido motivado pela mudança de consumo dos brasileiros e pela fabricação de máscaras. “Saímos de 6,5 milhões de máscaras cirúrgicas para mais de 100 milhões no intervalo de quatro meses. Tivemos 140 empresas convertidas para a produção de equipamentos de proteção, além do lançamento de tecnologias antivirais”, destacou o presidente da associação.
Pimentel afirmou ainda que “um lockdown ou uma segunda onda de covid-19 afetaria todas essas previsões e teríamos, provavelmente, uma projeção negativa”.
Recuperação do emprego
O setor fecha o ano com um saldo negativo de 39 mil empregos, perdidos pelo fechamento da indústria em meio à pandemia. A expectativa é que em 2021, o saldo positivo no fim do ano seja de 25 mil novos empregos. Sem expectativa de recuperar o que foi perdido neste ano, Pimentel explicou que isso ainda pode acontecer. “Existem vagas que não são preenchidas por não existir mão de obra qualificada, e isso também afeta o faturamento dessas empresas”, completou.
O presidente também disse que, “com a melhoria de outros setores, principalmente em um contexto de controle da pandemia ou da chegada da vacina, a expectativa para empregos pode melhorar”. E foi o que ocorreu de novembro para dezembro. No mês passado, a expectativa para 2021 era a de criação de 18 mil novos empregos; já a projeção de dezembro mostrou um aumento de 7 mil novas vagas.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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