A vacinação contra a covid-19 vai acelerar a recuperação econômica. A avaliação é da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que alerta: a economia global pode crescer até 2% menos que o esperado em 2021 caso os planos de imunização não avancem pelo mundo.
"O desenrolar da aplicação da vacina é fundamental para haver recuperação da economia em muitas partes do mundo", afirmou o diretor do departamento de economia da OCDE, Álvaro Pereira, nesta quarta-feira (16/12), durante a apresentação do Relatório Econômico da OCDE sobre o Brasil. Ele destacou que este é um tema importante, que foi considerado na elaboração das previsões econômicas da OCDE.
A OCDE projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial vai cair 4,2% em 2020 e crescer na mesma proporção em 2021. Já para o Brasil, a organização estima um tombo de 5% da economia neste ano e uma recuperação de 2,6% no próximo ano — projeções piores que as da equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro, que trabalha com um Produto de Interno Bruto (PIB) de -4,5% em 2020 e de 3,2% em 2021.
"Se não houver vacinação ou uma mitigação do que está acontecendo, a recuperação vai ser mais lenta. A OCDE estima que, se as coisas não correrem bem, o PIB mundial pode crescer 1% a 2% menos no próximo ano. Mas se a vacina correr bem e for aplicada em diversos países e as pessoas perceberem o fim da pandemia, perceberem que há uma luz no fim do mundo, economias como o Brasil vão se beneficiar muito", declarou Pereira.
Confiança e consumo
O diretor do departamento de economia da OCDE explicou que a vacinação vai aumentar a confiança das pessoas, permitindo a reabertura de muitas atividades econômicas que hoje estão fechadas ou trabalhando com restrições, ampliando o consumo e também os investimentos. E acrescentou que esse movimento ainda pode aumentar a demanda por produtos brasileiros em outros locais do mundo, impulsionando as exportações do país.
Apesar do presidente Jair Bolsonaro já ter feito diversas críticas à vacina contra a covid-19, os membros da equipe econômica que participaram do evento da OCDE também defenderam a imunização. O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, por exemplo, disse que "a vacina vai ser importante para que a população se sinta segura", já que "o medo gera a paralisia da população", e, por isso, vai permitir uma "recuperação mais forte".
"Todos nós esperamos a vacina", admitiu Guaranys. "Temos feito de tudo para prover os recursos necessários para a vacinação. Todos temos trabalhado dia e noite para fazer isso acontecer", acrescentou.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, calcula que o plano nacional de imunização vai custar R$ 20 bilhões, mas também já saiu em defesa da vacina. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez o mesmo nesta semana, dizendo que é mais barato vacinar do que prorrogar o auxílio emergencial.
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