A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) cobrou o combate do desmatamento ilegal na Amazônia nesta quarta-feira (16/12). A preocupação do clube dos países ricos com as queimadas consta no Relatório Econômico da OCDE sobre o Brasil, que foi publicado nesta quarta-feira (16/12) e também pede o respeito ao teto de gastos.
Sobre a questão ambiental, o documento diz que "o desmatamento é uma importante fonte de emissões de gases de efeito estufa e voltou a subir recentemente". Por isso, pede o cumprimento das leis e proteções que já se mostraram capazes de reduzir o desmatamento. E destaca que "elas só serão eficazes quando combinadas com esforços de fiscalização mais fortes para combater o desmatamento ilegal, o que exigirá recursos adicionais".
Secretário-geral da OCDE, José Ángel Gurría explicou que, nesse sentido, é preciso reforçar a fiscalização, com recursos humanos e orçamentos adequados para os órgãos ambientais. E lembrou que esse investimento tende a trazer retornos de longo prazo para o país.
"Com 60% da floresta amazônica localizados dentro das suas fronteiras, lar da maior biodiversidade do mundo, o Brasil tem o potencial para liderar o caminho da remodelação e da reconstrução da economia global de forma mais sustentável, resiliente e inclusivo. Os ativos naturais, como a Amazônia, quando usados de forma sustentável podem ajudar a criar novos empregos, aumentar a renda e levar a um sólido crescimento econômico.
Presente na cerimônia virtual de lançamento do relatório da OCDE, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que "o Brasil entende a importância da dimensão ambiental para tornar o crescimento econômico mais sustentável". Ele voltou a dizer que "a agropecuária brasileira não precisa derrubar uma árvore para aumentar a produtividade", mas reconheceu que o país tem que "erradicar a mineração ilegal, a derrubada de florestas ilegal e o desmatamento ilegal".
"Sabemos que o futuro é verde e digital", retrucou Guedes. Ele ainda disse que "os recursos naturais valem mais preservados do que destruídos", pois representam uma riqueza do país e também serão a fonte da bioeconomia, a nova dimensão econômica mundial.
O ministro, que mais cedo já havia convidado os investidores estrangeiros a aplicar na economia brasileira, por sua vez, pediu ajuda da OCDE na implementação do comércio de créditos de carbono, que podem aumentar a produtividade das empresas brasileiras. "Nossa entrada na OCDE vai reforçar a agenda ambiental, social e de governança corporativa", disse.
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