Preços

FGV: inflação desacelera no atacado, mas ainda pressiona consumidor

IGP-DI teve alta de 2,64% em novembro, abaixo das expectativas, porque o IPA desacelerou. Preços ao consumidor, por ouro lado, subiram mais um mês

Marina Barbosa
postado em 07/12/2020 11:21 / atualizado em 07/12/2020 11:21
 (crédito: Vinicius Cardoso Vieira/CB/D.A Press)
(crédito: Vinicius Cardoso Vieira/CB/D.A Press)

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI) variou 2,64% em novembro. O resultado reflete a desaceleração dos preços do atacado e da construção. Porém, mostra que os preços ao consumidor continuam em alta no Brasil.

O IGP-DI foi divulgado nesta segunda-feira (7/12) pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e veio abaixo das expectativas de mercado, que projetava um resultado de 2,8%. O resultado também foi menor que o de outubro, quando marcou 3,68%. Ainda assim, o IGP-DI acumula uma alta 22,16% no ano; e de 24,28%, em 12 meses.

De acordo com a FGV, a inflação medida pelo IGP-DI desacelerou no mês passado por conta dos preços do atacado. É que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que representa 60% do IGP-DI, variou 3,31% em novembro, ante 4,86% em outubro. “A contribuição do IPA para a desaceleração do IGP foi generalizada. Os três grupos componentes da inflação ao produtor apresentaram decréscimos em suas taxas de variação. Matérias-primas brutas, bens intermediários e bens finais contribuíram para a desaceleração do IPA e, por consequência, do IGP”, contou o coordenador dos Índices de Preços da FGV, André Braz.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que representa 10% do IGP-DI, também desacelerou, de 1,73% em outubro para 1,28% em novembro. O resultado foi influenciado pelo custos dos materiais e equipamentos e da mão de obra do setor, que subiram menos que em outubro.

Preços ao consumidor

Responsável pelos outros 30% do IGP-FI, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) seguiu um rumo diferente e continuou acelerando. De acordo com a FGV, o IPCA subiu 0,94% em novembro, ante 0,65% em outubro. A alta foi puxada por sete dos oito grupos pesquisados, pois, no mês, apenas a inflação dos vestuários desacelerou (0,04%).

O destaque dos preços ao consumidor continua com os preços de alimentação (1,88%) e transportes (0,93%), mas outros grupos também mostram altas relevantes em novembro, como educação, leitura e recreação (3,00%). Com mais essa alta, o Índice de Preços ao Consumidor já acumula uma alta de 4,06% no ano e de 4,86% nos últimos 12 meses. 

A inflação oficial de novembro, contudo, será divulgada nesta terça-feira (08/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A expectativa do mercado, contudo, é que os preços continuem pressionados, por conta da alta dos alimentos e da difusão da inflação por serviços e bens industriais.

Em dezembro, o índice ainda será influenciado pela mudança da bandeira tarifária. Por conta disso, o mercado elevou de 3,54% para 4,21% a projeção de inflação deste ano no Boletim Focus desta semana. O indicador deve ficar, portanto, acima da meta de 4% do Banco Central (BC).

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