A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia disse que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre mostra que a economia brasileira está se recuperando de forma vigorosa da crise causada pela pandemia de covid-19. E, por isso, não vai precisar de auxílios governamentais em 2021.
"A forte recuperação da atividade, do emprego formal e do crédito, aliadas ao aumento da taxa de poupança, pavimentam o caminho para que a economia brasileira continue avançando no primeiro semestre de 2021 sem a necessidade de auxílios governamentais", avaliou a SPE, em nota técnica divulgada nesta quinta-feira (3/12).
A nota foi publicada logo após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informar que o PIB do Brasil cresceu 7,7% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior. O dado, contudo, veio abaixo do esperado pelo mercado, que projetava uma recuperação mais próxima de 9%. E, segundo os analistas, pode desacelerar após o fim do auxílio emergencial, pois foi influenciado pelo
consumo das famílias, favorecido pelo benefício.
A SPE, por sua vez, avaliou que "a retomada da atividade e do emprego, que ocorreu nos últimos meses, compensará a redução dos auxílios". A pasta argumentou que a "vigorosa recuperação da atividade" foi "ampla e alcançou praticamente todos os setores e subsetores da oferta, assim como a maioria dos componentes da demanda". E disse que "os indicadores coincidentes e o carregamento estatístico mostram que a atividade continuará crescendo a taxas elevadas no final do ano".
"O bom resultado do PIB no segundo semestre de 2020, a retomada dos empregos e a continuidade da expansão do crédito sugerem que a economia continuará avançando em 2021 sem a necessidade de auxílios governamentais", reforçou.
A pasta, que é chefiada pelo secretário Adolso Sachsida, admitiu que a "retomada mais rápida da atividade econômica" é fruto das medidas emergenciais que foram implementadas com o intuito de atenuar os impactos negativos da pandemia sobre a economia. Porém, disse que não vê necessidade da manutenção dessas medidas em 2021 pois acredita que o setor de serviços, que vem se recuperando mais devagar da pandemia e representa quase 2/3 do PIB do Brasil, vai se recompor dos efeitos da pandemia, e também porque a poupança acumulada pelas famílias de classe média vai compensar a retirada do auxílio emergencial no consumo.
"Melhora das condições financeiras"
"A retomada da atividade e do emprego, que ocorreu nos últimos meses, compensará a redução dos auxílios. Outro fator positivo será a melhora das condições financeiras que continuarão impulsionando a atividade, principalmente com a retomada da agenda de reformas. Ademais, a forte elevação da taxa de poupança no 3T20 (17,3% do PIB), que alcançou o maior valor para o terceiro trimestre desde 2013,
sinaliza que a trajetória de consumo será suavizada no começo de 2021 sem a necessidade de novos auxílios governamentais", destacou.
A SPE concluiu que "esses dados sinalizam que a economia brasileira vai ganhando tração para manter a retomada econômica em 2021". E defendeu que "o escudo de políticas sociais criado para amenizar o sofrimento econômico e social causados pela pandemia deve ser desarmado, dando espaço para a agenda de reformas estruturais e consolidação fiscal — único meio para que a recuperação se mantenha pujante". Para a pasta, "o único caminho que poderá gerar a elevação do bem-estar dos brasileiros serão medidas que consolidem o lado fiscal de nossa economia e corrijam a má alocação de recursos, aumentem a produtividade e incentivem a expansão do setor privado".
O ministro da Economia, Paulo Guedes, também avaliou positivamente o resultado do PIB, dizendo que a economia está voltando em V. E alegou que o Brasil está cumprindo as orientações do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao fazer a retirada gradual dos auxílios.
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