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Queda do dólar em novembro é a maior dos últimos dois anos

A moeda americana saiu da casa dos R$ 5,75 para R$ 5,34. Porém, não deve cair muito mais do que isso neste ano, segundo analistas

Com a recuperação do mercado acionário, o dólar registrou a maior queda mensal dos últimos dois anos agora em novembro. A moeda americana caiu 6,82% no mês, apesar de ter fechado esta segunda-feira (30/11) com uma alta de 0,4%. É uma baixa de R$ 0,40 no mês.

O dólar começou este mês de novembro sendo negociado na casa dos R$ 5,75, o que elevou o preço dos alimentos e fez a inflação acelerar no Brasil. Porém, terminou este mês cotado a R$ 5,34. Desde outubro de 2018, quando recuou 8,08% diante do fim da eleição presidencial, a moeda não desvalorizava tanto em um único mês no Brasil.

De acordo com analistas, a queda do dólar é reflexo da recuperação do mercado acionário. Em novembro, o Ibovespa cresceu 16,12% e os investidores estrangeiros trouxeram R$ 31 bilhões para a bolsa brasileira, influenciados pelo otimismo que tomou conta dos mercados mundiais diante do avanço das vacinas contra a covid-19 e do resultado das eleições americanas.

No ano, contudo, a moeda ainda acumula alta de 32,6%. Afinal, em janeiro, o dólar era negociado a R$ 4,28. E a expectativa dos analistas é que a moeda não fique muito distante dos R$ 5,30 neste fim de ano, já que, apesar de otimistas diante do cenário internacional, os investidores continuam aguardando uma definição sobre o rumo das contas públicas brasileiras.

Interesse por outras moedas

"O dólar deve ficar entre R$ 5 e R$ 5,30 neste ano, pois o mercado está buscando mais outras moedas", avalia o economista-chefe da Nova Futura Investimento, Pedro Paulo Silveira. "Saímos de um patamar mais alto, pois estávamos com uma desvalorização de quase 40% do real. E devemos fechar o ano com uma desvalorização um pouco abaixo de 30%", reforça a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack. 

De acordo com o Boletim Focus desta semana, o mercado aposta em um dólar a R$ 5,36 no fim do ano. Segundo os analistas, é um patamar ainda alto, que deve continuar pressionando o preço dos alimentos neste fim de ano. A percepção, porém, é que a alta de preços dos alimentos é temporária.

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