O Banco Central divulgou, nesta sexta-feira (27/11), as estatísticas de crédito de outubro. Segundo a autoridade monetária, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 11,7 trilhões (160,9% do Produto Interno Bruto), com altas de 1,8% no mês e de 16,8% em 12 meses. “A variação mensal, assim como nos últimos meses, decorreu de aumentos nos empréstimos e financiamentos, de 1,4%, com destaque para o crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), nos títulos de dívida (1,7%) e na dívida externa (2,3%), impactada pela depreciação cambial de 2,3% no mês”, informou o BC.
O crédito ampliado a empresas e famílias totalizou R$ 6,6 trilhões (91,7% do PIB), com elevações de 1,2% no mês e de 19,2% em 12 meses. No mês, os empréstimos e financiamentos cresceram 1,4%. Os títulos de dívida permaneceram estáveis. O saldo da dívida externa cresceu 1,4%, percentual inferior ao da depreciação cambial, o que indica diminuição do valor em dólar desse saldo.
O saldo das operações de crédito do SFN alcançou R$ 3,9 trilhões em outubro, crescendo 1,4% no mês, com aumentos de 1,7% em pessoas físicas (saldo de R$ 2,2 trilhões) e de 1% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$ 1,7 trilhão). Em 12 meses, o crescimento da carteira total acelerou de 13,4% para 14,5%, resultado de expansões nos créditos às empresas (de 18,9% para 21,1%) e às famílias (de 9,4% para 9,8%).
Financiamentos
O crédito livre para pessoas jurídicas totalizou R$ 1 trilhão, com aumentos de 0,8% no mês e de 25,2% na comparação interanual, destacando-se as operações de capital de giro acima de um ano, aquisição de veículos e repasses externos (essa última, devido à variação cambial). O saldo do crédito livre a pessoas físicas alcançou R$ 1,2 trilhão, após elevações de 1,9% no mês e de 9,3% em 12 meses, com aumentos em crédito pessoal consignado e não consignado, cartão à vista e financiamentos de veículos.
No crédito direcionado, a carteira de pessoas jurídicas alcançou R$ 664 bilhões em outubro, com elevações de 1,4% no mês e de 15,2% na comparação interanual, refletindo a expansão em outros créditos direcionados (8% no mês e 121% em 12 meses), devido aos programas de apoio a micro, pequenas e médias empresas criados para combater os efeitos da pandemia. O saldo com pessoas físicas alcançou R$ 982 bilhões, aumentos de 1,3% e de 10,4% nas mesmas bases de comparação, prosseguindo as expansões em crédito rural e financiamento imobiliário.
As concessões totais de crédito somaram R$ 353 bilhões em outubro. Na série com ajuste sazonal, houve redução mensal de 0,6%, com elevação de 3,2% nas concessões às famílias e redução de 4,8% naquelas às empresas. No acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2019, as concessões totais cresceram 5,6%, com elevação em pessoas jurídicas, 13,1%, e contração em pessoas físicas, 0,7%.
Taxa de juros
A taxa média de juros das operações contratadas em outubro alcançou 18,7% ao ano (a.a.), aumento de 0,6 pontos percentuais (p.p.) no mês e redução de 4,8 p.p. em 12 meses. O spread geral das taxas de juros das concessões situou-se em 14,6 p.p., elevação mensal de 0,3 p.p. e declínio de 4,1 p.p. na comparação interanual.
No crédito livre, a taxa média de juros das concessões atingiu 26,5% a.a., elevação mensal de 0,7 p.p. e redução de 8,8 p.p. na comparação interanual. No segmento de famílias, ocorreu elevação de 0,9 p.p. em outubro, para 38,9% a.a., com acréscimos em crédito pessoal não consignado (7,6 p.p.), cartão de crédito rotativo (7,8 p.p.) e cartão parcelado (6,6 p.p.).
No crédito livre às empresas, a taxa média de juros situou-se em 12 p.p., com aumento de 0,5 p.p. no mês, destacando-se elevações em capital de giro (0,9 p.p.) e desconto de duplicatas e recebíveis (0,6 p.p.). Excluindo-se as operações rotativas, a taxa média de juros do crédito livre alcançou 20,9% a.a., aumento de 1,1 p.p. no mês e contração de 5,1 p.p. na comparação com o mesmo período do ano anterior.