Uma pauta mínima, com baixo custo político e alto retorno social, deve começar a avançar ainda este ano para destravar investimentos, estimou o ministro da Economia, Paulo Guedes, ao participar de dois eventos virtuais na manhã desta segunda-feira (23/11). Em um webinar da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) sobre a desestatização da Cedae, companhia de saneamento do Rio, e, em seguida, no 3º Encontro O Brasil Quer Mais, da Câmara de Comércio Internacional (ICC), Guedes disse que o governo jogou na defesa até agora, mas pretende partir para o ataque nos próximos dois anos.
O ministro elencou o projeto de autonomia do Banco Central, o novo marco do gás natural e a medida provisória da cabotagem, que cria a BR do Mar, como a pauta mínima capaz de destravar investimentos, e o retorno do debate da reforma tributária. “Estamos muito próximos da reforma tributária. A razão de não ter saído ainda é porque a política é que dá o timing. Agora, com a covid descendo e a economia voltando, está na hora de novo”, disse.
Segundo ele, a equipe econômica transformou o PIS/ Cofins em valor adicionado e acredita que uma acoplagem dos estados deve vir “mais tarde”. “Não podemos fazer eles (os outros entes) decidirem, constitucionalmente. Por isso criamos o IVA (imposto de valor agregado) atual (unificando os tributos federais) em respeito às diversas instâncias da federação, mas estamos prontos para fazer uma acoplagem”, afirmou.
Desoneração da mão de obra
Guedes voltou a falar que a desoneração da mão de obra exigiria uma base tributária diferente. “Não há muito apoio a essa proposta. Isso atrasa a reforma tributária. Porque existem concepções diferentes. Então, vamos trabalhar no que estamos de acordo”, afirmou.
O marco regulatório do gás natural, segundo Guedes, que está no Senado, vai baratear a energia brasileira. “Com isso, vamos reindustrializar a costa brasileira com juro mais baixo, câmbio mais competitivo, simplificando impostos, energia barata e derrubando custo de cabotagem”, ressaltou. “Jogamos na defesa nos primeiros anos, e agora vamos para o ataque nos próximos dois anos. Este é o panorama à frente”, acrescentou.