Em entrevista ao CB Agro — uma parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília —, nesta sexta-feira (13/11), a pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Hortaliças Mariane Carvalho Vidal comentou sobre diversos aspectos da agricultura sustentável.
A especialista ressalta que o Brasil é uma referência mundial no tema. “Nós somos um país que detém a maior mega biodiversidade do planeta e isso é a referência principal para que a gente consiga desenvolver tecnologia suficiente e alinhada com o meio ambiente, a saúde humana e de toda a cadeia de produção”. Mariane explica que uma agricultura sustentável demanda, além da proteção ambiental, a eficiência da produtividade.
Para a pesquisadora a preservação, conservação e o conhecimento do uso potencial dos bioinsumos formam o tripé fundamental para o desenvolvimento desse método que utiliza dos recursos do próprio ambiente para garantir a produção de alimentos. “Bioinsumos são todos os produtos e práticas que estão relacionados com a origem biológica de plantas e animais, ou até mesmo os próprios microrganismos”, explica.
E exemplifica o uso dessa técnica com o cultivo da cana-de-açúcar. “No cultivo de cana se utiliza uma vespa que é chamada de cotesia, ela é implantada na cana e, quando eclode, mata as pragas que causam prejuízo na produção de cana”. Ela pontua, também, que há empresas que trabalham no setor de produção dos insumos biológicos, além da produção realizada na propriedade dos próprios agricultores. “Isso é importante porque estimula conhecer as potencialidade daquele ambiente, ou seja, explorar a realidade que você tem no campo de produção e usar isso a favor do sistema produtivo”.
Imagem negativa
A especialista também ressalta que essa agenda dos bioinsumos ajuda, inclusive, a diminuir a imagem negativa do Brasil no exterior a respeito da questão ambiental. “Os bioinsumos são uma agenda extremamente positiva nesse contexto”, define. “E o Brasil tem uma realidade muito impactante porque ele é um grande dependente de insumos importados para os sistema de produção. E isso nos leva a pensar o seguinte: se somos uma das principais agriculturas do planeta, por que somos tão dependentes de insumos que vêm de outras regiões?”
A saída, segundo a pesquisadora, é justamente a pesquisa e o bioinsumo. “Precisamos de um olhar voltado para valorização da diversidade brasileira, de investir em conhecimento e desenvolvimento tecnológico relacionado a nossa biodiversidade”, finaliza.
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro
Saiba Mais