Pagamentos

Pix não assusta indústria de cartões, garante Abecs

Associação do setor não vê nova modalidade como uma concorrente direta do dinheiro de plástico. Mas, prevê que impactará os pagamentos feitos em espécie, pois o custo da logística que envolve cédulas e moedas é alto

O Pix foi apresentado como rival do DOC, da TED e até dos cartões, porém não assusta a indústria do dinheiro de plástico. É o que diz o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs), Pedro Coutinho. Ele explicou que o brasileiro vai definir o meio de pagamento de acordo com a conveniência.

"Se entende que tirar o cartão do bolso, encostar na máquina e fazer uma compra é mais simples do que abrir um aplicativo no celular, gerar um QR Code, postar no aplicativo e pagar, cada um vai definir o que é mais conveniente. É assim no mundo inteiro", disse Coutinho, nesta terça-feira (10/11), ao ser questionado sobre o impacto do Pix na indústria de cartões.

Coutinho acredita que a força do Pix será sobre o uso do dinheiro em espécie, nas transferências bancárias e nos boletos, apesar de admitir que os pagamentos instantâneos podem impactar as transações de débito em conta. "A prioridade do Pix não é reduzir o débito. É reduzir o uso do papel, melhorar a eficiência da TED e do DOC", afirmou.

Ele lembrou que, atualmente, 40% dos gastos das famílias são pagos com dinheiro em espécie, de alto custo em termos de segurança e logística. Com o Pix, não será mais preciso esperar até as 8h do dia seguinte para fazer uma transferência. Assim, o novo sistema pode aumentar a digitalização e a bancarização.

O presidente da Abecs lembrou que as maquininhas de cartão estão sendo preparadas para participar dos pagamentos instantâneos. A ideia é que gerem QR Code. "Toda a indústria está trabalhando para que as 11 milhões de maquininhas possam atender os clientes. É uma ferramenta muito potente para a entrada do Pix" avaliou.

Custo

Além da conveniência, o Pix promete ser mais barato do que os atuais meios eletrônicos de pagamento. Coutinho garantiu que os cartões já oferecem tarifas competitivas, quando questionado se o setor podeira baixá-las para não ser impactado pela nova modalidade.

Ele admitiu que é importante fazer com que a redução da taxa básica de juros (Selic), hoje na mínima histórica de 2% ao ano, seja cada vez mais sentida pelos usuários do cartão. Segundo dados do Banco Central, a taxa do rotativo do cartão de crédito vem caindo nos últimos meses, porém continua acima dos 300% ao ano. Em setembro, por exemplo, foi de 309,9%/ano.

 

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