RETOMADA

CNI: setembro teve atividade industrial 'excepcionalmente forte'

Relatório Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria mostra que horas trabalhadas praticamente voltaram ao patamar pré-pandemia e que faturamento é o maior desde outubro de 2015

De acordo com o relatório Indicadores Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), atividade industrial de setembro foi “excepcionalmente forte”. O documento aponta que a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) superou 79%, o que não ocorria desde junho de 2015. Além disso, o faturamento, que apresentou em setembro cinco altas consecutivas, é o maior desde outubro de 2015.

O gerente-executivo da CNI, Renato da Fonseca, explicou que o alto índice da UCI significa a rapidez na recuperação do mercado. “Eu acho que a gente tem que comemorar. Foi uma recuperação muito mais rápida do que o esperado. A gente recuperou o nível que a gente estava antes da crise, mas isso não significa que a gente vai voltar a crescer de uma maneira forte, por exemplo, acima de 2%, 3% ao ano, como o Brasil precisa crescer”.

O relatório também mostra que as horas trabalhadas na produção aumentaram 2,8% em setembro e estão próximas às taxas registradas em fevereiro, mês anterior ao início da pandemia. O faturamento, com crescimento de 5,2%, está 6,1% acima do registrado em fevereiro. Ao todo, a UCI marcou 79,4% em setembro, meio percentual acima daquele marcado em fevereiro.

Emprego

No mercado de trabalho, o destaque vai para o emprego industrial. A categoria apresentou o segundo mês consecutivo de alta. Em agosto, o avanço foi de 1,3%; em setembro, 05% após ajuste sazonal. Quando comparado a setembro de 2019, o emprego recua 1,7%. Em relação ao acumulado no ano (janeiro-setembro) em comparação com igual período do ano passado, o emprego cai 2,6%.

“A indústria não cresce de maneira significativa desde 2010. Então, a gente conseguiu se recuperar. Ainda tem alguns problemas nas cadeias produtivas, isso deve normalizar ano que vem”, informou Renato.

O aumento também foi notado na massa salarial, que cresceu 03% em setembro. A categoria havia tido alta de 6,1% em agosto. Em comparação com setembro de 2019, a massa salarial real da indústria de transformação está 2,8% menor, uma vez que parte da indústria segue adotando suspensão de contrato ou redução de jornada com redução de salário. O acumulado no ano (janeiro-setembro) mostra queda de 5,6% na comparação com igual período de 2019.

Desafio

Fonseca disse que o grande desafio para o fim deste ano e para o próximo ano é voltar a agenda de aumento da competitividade. Ele explicou que isso é importante “para que a gente realmente tenha uma indústria competitiva, que o país volte a crescer a taxa de 2,3% ao ano para que a população tenha um aumento na sua qualidade de vida”.

*Estagiária sob supervisão de Andreia Castro

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