A situação difícil dos empresários de Minas Gerais ultrapassa os problemas trazidos pela covid-19. O setor privado acredita que a retomada econômica no estado passa diretamente por destravar a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), entidade que está inoperante por problemas judiciais. Os processos culminaram no afastamento de Lázaro Gonzaga, presidente da Fecomércio mineira. Este cenário pode mudar caso o Tribunal Superior do Trabalho julgue recurso interposto pela entidade.
Minas Gerais sentiu fortemente o impacto econômico da pandemia. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid-19 (Pnad Covid-19) mensal, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no estado era de 12,3% em agosto — o equivalente a 1,26 milhão de pessoas à procura de trabalho. É o maior índice registrado durante a pandemia do novo coronavírus.
Em setembro, a Associação de Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (Aloshopping) publicou que cerca de 15% das lojas em shopping centers do estado haviam fechado as portas definitivamente durante a pandemia do novo coronavírus. Na época, representantes do comércio pediam pela reabertura dos locais e projetavam cenário de vendas baixas mesmo depois de uma flexibilização.
“A preocupação maior agora é com a reabertura, porque nós já estamos aí com 15% das lojas em média fechadas. Nós vamos ter um momento muito difícil, passar por uma recessão. Pela estimativa de shoppings que já abriram no país, estão com uma queda de vendas em média de 60% a 70%”, afirmou o superintendente da Aloshopping, Alexandre Dolabella França.