A produção industrial apresentou crescimento de 2,6% em setembro de 2020 na comparação com agosto, considerando a série com ajuste sazonal, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (04/11). É a quinta alta mensal consecutiva em meio à recessão provocada pela pandemia de covid-19 que fez a atividade da indústria encolher 27,1% entre março e abril, atingindo o menor nível da série. O dado ficou levemente acima da mediana das previsões do mercado, de alta de 2,3%, considerando apostas entre 1,18% e 4,34%.
O IBGE computou avanços de 8,7% em maio; de 9,6% em junho; de 8,6% em julho; e de 3,6% em agosto.Com o resultado de setembro, a atividade industrial se encontra 0,2% acima do patamar de fevereiro, quando a pandemia de covid não havia afetado a produção nacional, segundo a instituição.
Os dados do IBGE mostram ainda que, em relação a setembro de 2019 (série sem ajuste sazonal), a produção da indústria cresceu 3,4%, interrompendo 10 meses de resultados negativos seguidos na comparação interanual. O setor acumula perdas de 7,2% no acumulado do ano, e de 5,5%, em 12 meses encerrados em setembro. Esse dado indica desaceleração da trajetória de perdas iniciada em março.
Alta generalizada
O crescimento de 2,6% da atividade industrial entre agosto e setembro foi generalizado, pois atingiu 22 dos 26 ramos pesquisados pelo IBGE. Na comparação com setembro de 2019, o setor industrial cresceu 3,4% em setembro de 2020, com alta em 17 dos 26 ramos de atividade.
Na comparação com agosto, a produção de veículos automotores avançou 14,1%, impulsionada pela continuidade do retorno à produção após a paralisação decorrente da pandemia. "O setor acumulou expansão de 1.042,6% em cinco meses consecutivos de crescimento na produção, mas, ainda assim, se encontra 12,8% abaixo do patamar de fevereiro último", destacou a nota do IBGE.
Outras contribuições positivas nos dados de setembro ocorreram nos setores de máquinas e equipamentos, com alta de 12,6%; de confecção de artigos do vestuário e acessórios, com elevação de 16,5%; e de couro, artigos para viagem e calçados (17,1%). O IBGE registrou avanços de 1,2% na indústria de produtos alimentícios e de 3,5% na de metalurgia.
Por outro lado, entre as quatro atividades que apontaram recuo na produção, o setor de indústrias extrativas teve a maior retração, de 3,7%, na comparação com agosto, interrompendo três meses de resultados positivos consecutivos e acumulando expansão de 18,2%. As demais quedas foram nos segmentos de impressão e reprodução (-4%), de produtos diversos (-1,3%) e de produtos químicos (-0,3%).
Entre as grandes categorias econômicas, a de bens de consumo duráveis, ao crescer 10,7% entre agosto e setembro, apresentou a maior taxa positiva e apontou o quinto mês seguido de expansão na produção, acumulando, nesse período, avanço de 520,3%. Porém, mesmo com esses resultados positivos recentes, o segmento ainda se encontra 2,8% abaixo do patamar de fevereiro último, de acordo com o IBGE.
As altas nos setores produtores de bens de capital (de 7%), de bens de consumo semi e não-duráveis (de 3,7%) e de bens intermediários (de 1,3%) também assinalaram crescimento, apontando expansão pelo quinto mês consecutivo e acumulando, nesse período, ganhos de 93,2%, 30,7% e 26,9%, respectivamente.
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