Empréstimos

Bancos concederam 4,8% menos crédito para empresas em outubro

Redução foi puxada pela queda de 13,4% no capital de giro, linha mais importante e que representa maior volume de concessão para companhias. Banco central revisou estatísticas

Simone Kafruni
postado em 27/11/2020 14:41
 (crédito: Leonardo Sá/Agencia Senado)
(crédito: Leonardo Sá/Agencia Senado)

Em meio a uma alta de 1,8% em outubro no crédito ampliado ao setor não financeiro, que cresceu 16,8% em 12 meses, as empresas brasileiras fizeram menos empréstimos. Os bancos concederam 4,8% menos crédito no mês passado na comparação com setembro, divulgou, nesta sexta-feira (27/11), o Banco Central (BC). A queda foi puxada pelo recuo de 13,4% no capital de giro, a linha mais importante e com maior volume de concessão para as companhias.

Por conta das linhas emergenciais criadas pelo governo para combater a crise provocada pela pandemia -- Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese) e Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Pequenas Empresas (Pronampe) -- o crédito para as empresas estava em elevação nos últimos meses. “O que acontece agora é que as operações de capital de giro se reduziram e voltaram a patamares de janeiro”, explicou o chefe do Departamento de Estatística do BC, Fernando Rocha.

Revisão

Ele explicou que o BC fez uma revisão das estatísticas este mês. “Programas como Peac, Pese e Pronampe são operações que devem ser classificadas como crédito direcionado. Isso foi reafirmado às instituições financeiras em novembro, mas algumas estavam informando como capital de giro. Devem ser contabilizados como outros créditos direcionados porque têm têm garantias e na sua própria determinação limites de taxa de juros, mesmo que a origem de recursos seja livre”, informou Rocha.

Como impacto, houve pequena redução no saldo de capital de giro e aumento no dos outros direcionados. As concessões de capital de giro caíram de R$ 36,2 bilhões em setembro para R$ 31,4 bilhões em outubro. “No entanto, a revisão não alterou a trajetória. Sem ela, a queda seria maior porque, em setembro as concessões, somariam R$ 39 bilhões. Essa revisão baixou um pouco a queda, mas a trajetória é a mesma”, reiterou.

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