O Pix registrou 12,2 milhões de operações e movimentou mais de R$ 9,3 bilhões nos sete primeiros dias de funcionamento. E, a cada dia, transaciona um volume maior de dinheiro. É o que mostra o balanço da primeira semana de operação integral do sistema de pagamentos instantâneos brasileiro, apresentado nesta terça-feira (24/11) pelo Banco Central (BC).
De acordo com o BC, o Pix estreou no último dia 16 realizando mais de 1,7 milhão de transações e movimentando mais de R$ 1 bilhão por dia. E esses números já subiram para 2,3 milhões de transações e R$ 2,1 bilhões na sexta-feira (20). "As transações de ontem (segunda-feira) já mostram quase 30% de aumento em relação às do dia 16. E o volume financeiro mais que dobrou. O de ontem (segunda) é de mais de 100% do volume financeiro do dia 16", contou o chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro (Decem) do BC, Carlos Eduardo Brandt.
Para o Banco Central, os dados mostram um grande interesse em relação ao novo meio de pagamento, mas também um aumento do tíquete médio das transações realizadas via Pix. Chefe do Decem, Ângelo Duarte destacou que o volume financeiro movimentado pelo sistema apresentou um crescimento contínuo ao longo da semana passada.
"O valor médio da operação está subindo. Significa que as pessoas estão ganhando mais confiança no Pix. Usam a primeira vez com uma transação de baixo valor porque têm medo de cometer um erro. Mas, à medida que as pessoas vão ganhando confiança, vão fazendo transações de maior valor", explicou.
Brandt acrescentou que os dados também revelam um uso intenso do Pix fora do horário comercial. "Já dá para perceber a importância de o Pix estar disponível 24x7, atendendo as pessoas a todo momento do dia. Desde o início do dia, vemos um quantitativo significativo de transações e vai em um patamar significativo até mais tarde, 21h, 22h da noite", contou, lembrando que o sistema opera 24 horas por dia e sete dias por semana.
A autoridade monetária ainda garantiu que o sistema de liquidação do Pix não apresentou nenhuma instabilidade e está pronto para receber volumes muito maiores de transações. O BC admitiu, contudo, que algumas das 735 instituições financeiras que estão operando o Pix tiveram "problemas temporários momentâneos".
Duarte alegou que é normal que haja intercorrências desse tipo, já que se trata de um novo
meio de pagamentos que requer ajustes nos primeiros dias de operação. Ele também informou que "ao longo da semana, o número de intercorrências foi caindo bastante, e, no fim de semana, já estava praticamente em zero".
"O BC considera que a primeira semana de operação completa foi bastante positiva. O número de operações atingiu um patamar bastante elevado, não houve grandes intercorrências, mesmo com a entrada de milhões de operações", concluiu o chefe do Decem.
Uso restrito no comércio
O BC admitiu, por sua vez, que o uso do Pix está concentrado nas transações entre pessoas físicas nesse primeiro momento. Ou seja, nas transferências de recursos via Pix, que tendem a ocupar o espaço do DOC e da TED. Isso porque boa parte dos estabelecimentos comerciais brasileiros ainda precisa se integrar ao novo sistema de pagamentos para poder passar a receber pagamentos via Pix.
"O início das operações está um pouco mais focado nas transações entre pessoas. Comércio e empresas dependem um pouco mais da automação comercial, da conectividade e da integração dos softwares. Então, a parcela de transações nesse caso é sensivelmente menor", revelou Brandt. Ele acredita, contudo, que, "gradativamente, também veremos um crescimento das transações que são feitas no comércio".
O BC não informou quantas das transações já realizadas no Pix partiram dos pagamentos no comércio. Mas o número de chaves Pix dá uma ideia da diferença. Hoje, já são 83,5 milhões de chaves Pix, mas apenas 3,7 milhões são de pessoas jurídicas. Ao todo, 2,2 milhões de empresas já estão cadastradas no sistema, contra 34,5 milhões de pessoas físicas.
Duarte disse, por sua vez, que o número de chaves de pessoas jurídicas é relevante. "Temos muitas pessoas que exercem atividades comerciais, profissionais liberais, trabalhadores por conta própria, que vendem produtos pela internet e usam a conta pessoa física para fazer transações comerciais dentro do Pix", alegou.
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