O mercado imobiliário nacional teve queda nos lançamentos e expansão das vendas no terceiro trimestre de 2020, em relação ao mesmo período de 2019. Os dados são da pesquisa divulgada, ontem, pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), considerando os dados de 150 cidades.
A sondagem mostrou que as incorporadoras lançaram 47.919 unidades no trimestre — recuo de 10,5% na comparação anual. Mas, as vendas totalizaram 43.912 unidades, avanço de 23,7% na mesma base de comparação. No acumulado dos primeiros nove meses de 2020, os lançamentos foram de 118.886 unidades, recuo de 27,9% em relação ao mesmo período de 2019. As vendas totalizaram 118.873 unidades, aumento de 8,4%.
O estoque de imóveis disponíveis para venda –– considerando unidades na planta, em obras e recém-construídas –– chegou a 173.601 unidades em setembro, corte de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. Considerando o ritmo atual dos negócios, seriam precisos 9,9 meses para escoar esse estoque. Um ano atrás, eram precisos 13,2 meses.
Os dados da pesquisa fazem parte do estudo Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2020. Realizado desde 2016 pela CBIC e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica, o trabalho coletou informações de 150 municípios, sendo 20 capitais. Algumas cidades foram analisadas individualmente ou dentro das regiões metropolitanas.
Para a CBIC, o fato de o mercado não ter recuperado o volume de lançamentos represados em função da pandemia, apesar da tendência de crescimento nas vendas, pode ser um indicativo de cautela por parte dos empresários, em função do aumento no custo dos insumos. Para o presidente da entidade, José Carlos Martins, a preocupação é com a considerável queda do estoque aliada ao aumento dos preços. “A primeira constatação é que, apesar do aumento dos lançamentos no 3º trimestre deste ano, eles ainda não foram suficientes para recuperar toda a perda do primeiro semestre, que foi de 44%. Mas, a nossa maior preocupação reside no desabastecimento de insumos. A lei da oferta e da procura, o aumento de preço e o atraso de entregas geram dificuldades de manutenção do cronograma de obras. Se isso não for resolvido, pode gerar um temor para o setor”, explicou.
Martins reforçou que o aumento de vendas, a redução de lançamentos e a consequente redução de oferta marcaram 2020. “Apesar da crise, prevejo que no ano que vem as atividades do setor como PIB, geração de emprego e renda vão se manter em função do que foi vendido agora. No geral, o setor está em um momento interessante, mantendo empregos, além de ter criado 100 mil novos postos de trabalho. Ano que vem continuaremos crescendo e essa é nossa contribuição para esse momento difícil”, afirmou.
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